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Texto: ReB Team
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 13/09/2024

Devaneios que vão da electrónica ao R&B.

Sexta-feira farta: novos trabalhos de Nídia & Valentina, Floating Points, Dada Garbeck, Nilüfer Yanya e Fousheé

Texto: ReB Team
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 13/09/2024

A caravana do Rimas e Batidas não pára. Depois de termos estado a meio-gás na semana passada devido à participação no Cu.Co.: Encontro de Jornalismo Cultural de Coimbra, que nos retirou a possibilidade de assinar este habitual resumo dos lançamentos de sexta-feira, desta vez não deixámos que nada nos fizesse voltar a falhar com o compromisso, mesmo estando de momento entre dois eventos — o Clarão, em Sintra, e o Jazz ao Largo (a primeira reportagem saiu esta tarde), em Barcelos, que arrancaram ambos ontem com as suas programações.

Entre viagens, houve tempo para apurar quais os discos mais interessantes deste final de semana, e são 5 verdadeiros devaneios sonoros que cobrem diferentes géneros musicais, levando-os para o mais longe possível do óbvio — da electrónica de dança à mais exploratória, passando também pelo rock, jazz ou R&B no caminho. São esses aqueles que merecem especial destaque nos parágrafos que vão poder encontrar já de seguida, após a lista que dá conta dos restantes projectos a ter em conta nesta sexta-feira 13 que parece ser de sorte para os melómanos.

equinōcio (Solstício), C’est Karma (how to peel an orange), Laiz & The New Live Experience (Ela Partiu), Talib Kweli & J. Rawls (The Confidence Of Knowing), Phiik & Lungs (Carrot Season), BLUu Edwards (All We Need is Kill), Nathy Peluso (CLUB GRASA), Babyface Ray (The Kid That Did), Terrace Martin (Nintindo Soul), RAYE (Live at Montreux Jazz Festival), Dayglow (Dayglow), Dame Area (Toda la Verdad Sobre Dame Area), LSDXOXO (DOGMA), DEADLETTER (Hysterical Strength), Wendy Eisenberg (Viewfinder) e Jay Worthy & MadeinTYO (Time After Time) também nos deram música nova no dia de hoje.


[Nídia & Valentina] Estradas

Um dos principais rostos da nova batida de Lisboa junta-se com uma percussionista italo-britânica que é das mais experimentadas na arte de desbravar novos terrenos e o resultado é um disco do caraças. Estradas coloca Nídia e Valentina Magaletti num diálogo musical em que o ritmo é o principal elemento, numa fusão entre tradições africanas e electrónica europeia que serve com banda sonora perfeita para quem gosta de olhar para as grandes cidades (e suas periferias) como verdadeiras selvas de concreto. Para dançar até não dar mais.


[Floating Points] Cascade

Se tem selo Ninja Tune, é sempre motivo para alarme. E se na assinatura vier o nome de Floating Points, então é mesmo para não perder por nada deste mundo. Cinco anos após Crush — com uma desafiante colaboração com Pharoah Sanders e a London Symphony Orchestra, em Promises, pelo meio —, o produtor de Manchester regressa aos álbuns a solo com Cascade, um conjunto de 9 frenéticas faixas de IDM que vão certamente fazer-se ecoar por muitos clubes por essa estrada fora.


[Dada Garbeck] A Pedra Sonha Dar Flor

Algures entre os tradicionalismos nacionais, o jazz, o krautrock, a ambient e a electrónica laboratorial há uma estrela chamada Dada Garbeck. O projecto do inventivo músico e compositor vimaranense Rui Souza deu ontem novos frutos via Revolve, sucedendo a The Ever Coming (2019), The Ever Coming – Vox Humana (2020) e The Ever Coming – Cosmophonia (2021). A Pedra Sonha Dar Flor serve de banda sonora para um filme de Rodrigo Areias com o mesmo título e consiste numa “ideia expressionista, elaborada num local imaginado, onde o negro e a sombra coexistem com o onírico.”


[Nilüfer Yanya] My Method Actor

My Method Actor é o terceiro LP de Nilüfer Yanya e andava a ser antecipado desde Abril, altura em que a cantora, compositora e guitarrista de Londres lançou o primeiro avanço “Like I Say (I runaway)”, uma das suas canções mais bem-sucedidas até à data e que serviu também para oficializar a sua ligação à Ninja Tune. A espera finalmente terminou com a edição das 11 faixas deste disco, cuidadosamente esculpidas na sombra de um indie rock digno de quem ainda se encontra a lidar com certas dores de crescimento.


[Fousheé] Pointy Heights

As sonoridades caribenhas influenciam ainda mais aquele que é o segundo álbum de Fousheé, cantora de Nova Jérsia de origens jamaicanas. Uma das vozes que mais se destacam dentro de uma nova e arrojada estética de R&B, a música da artista norte-americana ganha novas cadências neste Pointy Heights, um trabalho de traçado bem singular que desafia as leis das sonoridades que descendem da soul ao elevá-las a um patamar de maior sofisticação, ao mesmo tempo que a sua autora se tenta encontrar a si mesma por entre os versos que compõem estes 10 temas. Além de Fousheé, a produção do longa-duração regista contributos de Steve Lacy, Karriem Riggins ou Carter Lang.

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