pub
À entrada do terceiro fim-de-semana de 2024, são as mulheres que dominam entre a lista de artistas que escolheram o dia de hoje para nos brindar com novos projectos. Se precisavam de uma dose adicional de energia feminina nos vossos ouvidos, por aqui encontram em destaque quatro discos que vos podem encher as medidas e que apontam a coordenadas tão distintas como o jazz, o fado, a electrónica ou o r&b.
E porque parar é morrer, o que importa é que não falte combustível auditivo em nenhuma circunstância. Como tal, sugerimos ainda que atentem nas propostas que nos foram trazidas por O Gajo & Ricardo Vignini (Terra Livre), Best Youth (Everywhen), 1K Phew & Zaytoven (Pray for Atlanta), Donato Dozzy (Magda), DESTIN CONRAD (SUBMISSIVE2) e Lil Dicky (Penith (The DAVE Soundtrack)).
[Mary Halvorson] Cloudward
Em 2022, Mary Halvorson lançou Amaryllis, provavelmente o seu mais aclamado trabalho enquanto bandleader até à data. Por lá, a guitarrista e compositora dava a conhecer uma série de composições escritas para um grupo que formou com o trompetista Adam O’Farrill, o trombonista Jacob Garchik, a vibrafonista Patricia Brennan, o baterista Tomas Fujiwara e o baixista Nick Dunston. Novamente ao leme do mesmo sexteto, Halvorson apresenta agora Cloudward, mais uma proposta musical que visa esticar os limites do jazz através de 8 faixas — uma delas, “Incarnadine”, tem a participação da veterana Laurie Anderson, sua colega na Nonesuch Records, editora que selou este disco.
[Lina] Fado Camões
O fado de Lina tem sabido fugir às normas que mais agarram o género à sua tradição. Em 2020, surgiu ao lado de Raül Refree num inventivo trabalho que, no ano seguinte, valeu à dupla o Prémio Carlos do Carmo, atribuído pela SPA. 4 anos depois, a cantora regressa às edições com um novo LP, Fado Camões, criado em conjunto com Justin Adams (produtor inglês que já esteve ao serviço de Brian Eno, Robert Plant ou Sinead O’Connor). Hoje mesmo, Lina apresenta este álbum ao vivo no festival neerlandês Eurosonic, tendo depois um par passagens por Portugal — no Teatro Trindade (Lisboa, 30 de Janeiro) e no Teatro Pax Júlia (Beja, 17 de Fevereiro) — antes partir em digressão pela Europa, atravessando países como Espanha, França ou Alemanha.
[AGRESSIVE GIRLS] AGRESSIVE GIRLS
A algazarra de “Paga o que deves” deixa-nos logo avisados para o que aí pode vir. A estreia em disco das AGRESSIVE GIRLS é tudo menos suave e posiciona a dupla formada por Dakoi e Diana XL na órbita do hardcore, graças a uma proposta musical assumidamente punk e que vai buscar os seus traços à uma possível fusão entre electrónica e heavy metal. Selado pela Cosmic Burger, este primeiro trabalho das AGRESSIVE GIRLS serve de motivo para uma festa em Lisboa amanhã, dia 20 de Janeiro, no Arroz Estúdios.
[Ana Tijoux] Vida
A espera foi longa para escutar Anamaría Tijoux Merino de volta à acção. Desde o seu penúltimo Vengo (2014), o percurso da artista franco-chilena deu muitas voltas, sendo agora alvo de uma retrospectiva promovida pelo seu novo Vida. Naquele que é o seu primeiro álbum no espaço de 10 anos, Ana Tijoux volta a abraçar o r&b em toda a sua plenitude, agarrando-se a um amplo leque de influências, que vão do hip hop e do reggaeton à experimentação sobre cadências electrónicas. Omar e Talib Kweli são dois dos convidados que marcam presença neste LP de 15 faixas.
pub