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Na primeira edição do Prémio Carlos do Carmo, atribuído pela SPA, Lina e Raül Refree saíram como grandes vencedores: o seu disco de estreia enquanto dupla garantiu-lhes essa conquista.
“Estamos muito felizes com este prémio. Foi uma verdadeira surpresa. A notícia foi-me transmitida pela minha manager, Carmo Cruz, e é uma honra receber o Prémio Carlos do Carmo pela Sociedade Portuguesa de Autores. Estamos acima de tudo muito felizes por sermos reconhecidos no meu país. Este prémio tem outro sabor e tem grande importância para nós”, disse Lina Rodrigues ao Rimas e Batidas.
No início de 2020, a duo composto pela fadista portuguesa e pelo produtor espanhol lançou Lina_ Raül Refree, longa-duração que “sacou” rasgados elogios aqui no Rimas e Batidas: “Juntos, Raül e Lina assinam aqui um prodígio, um álbum em que o fado amaliano é ponto de partida para um estudo fundo sobre a emoção e o poder da voz, sem que se sinta qualquer tentação de mimetismo ou submissão à tradição. E, portanto, como tantas vezes acontece com grandes discos, este Lina_ Raül Refree, é também um paradoxo, porque ao abraçar um reportório com peso histórico não deixa de o entender como ponto de partida e não de chegada, como sugestão e não como dogma, como matéria para construção e não como monumento intocável.”
A entrega do prémio terá lugar no dia 25 de Maio durante as celebrações do Dia do Autor Português. O melhor disco de fado referente ao ano passado para a SPA foi escolhido por um júri presidido pelo maestro António Victorino d’Almeida e constituído por Rui Vieira Nery, Paulo de Carvalho, Tiago Torres da Silva e Tozé Brito. O último, o director da Sociedade Portuguesa de Autores, falou ao ReB sobre a criação do prémio e a escolha deste ano:
“A ideia da SPA foi, fundamentalmente, homenagear o Carlos como grande voz do fado, e talvez a maior das vozes masculinas, e nosso cooperador. Não só homenagear o Carlos como grande figura mas também homenagear o fado — não havia nenhum prémio na SPA referente ao género. Não havia absolutamente nada na SPA e pareceu-nos uma lacuna, e fez todo o sentido criar este prémio e podermos premiar o melhor disco de fado de cada ano.
Esta vitória da Lina e do Raül tem a ver com a excelente qualidade do trabalho deles, que também parece que está a ser reconhecida fora de Portugal, e principalmente com a excelente voz dela — e ele é um produtor consagrado com trabalho feito com grandes nomes de Espanha. A junção de fado com electrónica pareceu-nos original, e tem essa grande vantagem sobre os outros que estavam a concurso.
Na realidade a produção de 2020 foi muito curta. Se tivéssemos que votar discos de 2019, tínhamos uma longa lista com obras muito significativas. A produção de 2020, pelas razões que todos conhecemos, acabou por ser uma mais reduzida e, dentro daquilo que foi dado a ouvir ao júri, optámos por atribuir o prémio a este álbum que me parece muito bem-conseguido dentro da proposta que se pretende, ou seja, de uma junção de fado na voz e estilar da Lina com electrónica. No fundo uma combinação que não tinha sido tentada a este nível.”
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