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Texto: ReB Team
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 18/04/2022

De Julho a Dezembro na estrada por esse mundo fora.

ROSALÍA: a digressão mundial de MOTOMAMI passa por Portugal em Novembro

Texto: ReB Team
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 18/04/2022

Foi desvendado o calendário completo de actuações de ROSALÍA para apresentar MOTOMAMI e o nosso país surge em dose dupla: no dia 25 de Novembro, a Altice Forum Braga recebe a artista espanhola, ficando o espectáculo em Lisboa reservado para o dia seguinte, 27 de Novembro, na Altice Arena.

Em Março, aquando da edição do seu terceiro longa-duração, o Rimas e Batidas teve a oportunidade de conversar com uma das grandes estrelas globais da sua geração, falando-se sobre a força do título que escolheu, o impacto que as viagens tiveram no resultado final, as expectativas em relação às mulheres ou a citação de “Archangel” de Burial em “CANDY”.

Esta é a primeira vez da autora de El Mal Querer em território português depois de uma passagem triunfante pelo NOS Primavera Sound em Junho de 2019:

“A maior multidão dos três dias de NOS Primavera Sound juntou-se ontem frente ao palco principal para receber, adorar e aplaudir Rosalía, a cantora catalã que se esforçou por comunicar em português com os muitos milhares de fãs que juntaram as vozes para ampliar os coros dos seus maiores êxitos.

O triunfo de Rosalía ontem é mais uma confirmação da vaga de fundo que tem vindo a transformar a face internacional da pop. Já não é apenas uma questão de diversificação das línguas com que se pode ascender aos lugares cimeiros dos tops globais — e às mais nobres posições nos cartazes dos grandes festivais –, mas também a imposição de novos modelos musicais que desviam o até aqui inabalável foco nalgumas tradições anglo-saxónicas.

‘Pienso en tu Mirá’ foi o primeiro sinal da total sintonia entre Rosalía e o público. Com El Guincho a assumir a parte instrumental operando um set up muito simples, com timbalão de chão, sintetizador e pouco mais, e ainda um coro flamenco com vozes carregadas de drama e palmas sincronizadas à boa maneira andaluz, Rosalía cantou, encantou e dançou ladeada por um conjunto de bailarinas que trouxeram para o palco os motivos coreográficos dos seus icónicos vídeos. Todos os elementos são importantes: El Guincho, produtor de El Mal Querer, é o injector de modernidade, o homem que coloca trap na salada flamenca; o coro é a âncora que mantém Rosalía presa à tradição; e as bailarinas o elemento pop que nenhum dos cabeças de cartaz desta edição de NOS Primavera Sound esqueceu — nem J Balvin, nem Solange abdicaram dessa componente própria dos grandes espectáculos. Mas é Rosalía que assume a parte principal do concerto: é nela que convergem os olhares, são para ela os aplausos e é dela a voz capaz de silenciar o mar de gente que se estende à sua frente quando assina, por exemplo, uma comovente versão acapella de ‘Catalina’, tema do seu primeiro álbum, Los Angeles.

Antes, Rosalía já tinha passado por ‘Barefoot in the Park’, o tema de James Blake a que ofereceu a sua voz. Essa seria, aliás, apenas uma de três versões por que a cantora passaria no alinhamento, com a previsível abordagem a ‘Brillo’, o tema em que se cruzou com J Balvin, e uma discreta homenagem às Grecas, em ‘Te Estoy Amando Locamente’, a deixar claro que Rosalía não esquece quem antes de si procurou levar o flamenco até ao futuro.

A voz de Rosalía é um portento: afinada, carregada de carisma, de drama e de paixão, mas também capaz de se moldar com efeitos, de se transformar ela mesma num instrumento de modernidade, como tão bem demonstrado com ‘A Ningún Hombre’, por exemplo. Nesses momentos, em que a voz é a única coisa a que podemos agarrar a nossa atenção, a cantora prova ter garra e força para impor uma carreira ímpar, trazendo para a arena global um som e uma imagem e uma postura singulares, que em nada duplicam o que já se conhece nessa esfera. O mundo está pronto para mudar e Rosalía está mais do que disponível para contribuir para essa mudança.

Como seria de esperar, El Mal Querer ofereceu os principais argumentos ao alinhamento de cerca de uma hora com que brindou o público que se juntou frente ao Palco NOS: além dos temas já citados, outros como ‘Que no Salga La Luna’, ‘Maldicion’, ‘De Aqui no Sales’ ou ‘Bagdad’ também se fizeram ouvir, garantindo aplausos que deixam claro que Rosalía não é artista adorada por causa de algum single isolado, mas antes porque a sua ampla visão traduzida já em dois álbuns é abraçada totalmente.

A recta final do concerto trouxe os dois singles que já lhe antecipam o futuro — a infecciosa ‘Con Altura’, em que participa J Balvin e o próprio El Guincho, e a mais recente ‘Aute Cuture’, delícia pop servida por mais um icónico vídeo evocado em palco com a coreografia. E depois a apoteose com ‘Malamente’, o hit que a colocou nas bocas do mundo, o tema que rompeu a direito pelas entranhas de uma tradição e expôs a sua ambição progressiva.

O público saiu rendido e não há como não perceber que ontem foi o primeiro capítulo de uma história que Rosalía há-de escrever em solo português. Foram muitos, e tão sinceros quanto é possível entender neste contexto, os ‘quero-te muito, Portugal’ e sincera igualmente a promessa de voltar e de aprender mais a nossa ‘língua bonita’. É aguardar então. Coliseu? Altice Arena? Venha ela.”

Os bilhetes ficam disponíveis em pré-venda exclusiva na FNAC já esta quinta-feira, a partir das 10 horas. Nos restantes pontos de venda oficiais só a partir do dia seguinte, à mesma hora.


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