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Texto: ReB Team
Fotografia: Pedro MKK
Publicado a: 02/11/2022

Mais duas oportunidades para vê-la em palco.

Rita Vian: “Sou, em tudo, muito observadora da evolução e vou sempre acompanhá-la em mim”

Texto: ReB Team
Fotografia: Pedro MKK
Publicado a: 02/11/2022

Estava na altura de se fazer o ponto de situação com Rita Vian. Em 2021, a cantora lançou o EP CAOS’A e confirmou os bons apontamentos que andava a deixar há alguns anos em “Diágonas”, “Sereia”, “Purga” ou no trabalho com os Beautify Junkyards e nas participações em temas de Mike El Nite e DJ Glue. Depois desse lançamento em nome próprio, a estrada quase que pareceu curta para tantas datas (e tantos festivais por esse país fora); e ainda houve a participação (ao lado de Branko e Dino D’Santiago) no disco em que se fez uma vénia a Sérgio Godinho e à sua obra.

Este fim-de-semana, nos dias 5 e 6 de Novembro, há mais dois concertos, ambos incluídos na programação do Misty Fest, na Casa da Música, no Porto, e no Museu do Oriente, em Lisboa. Estas paragens pelas duas cidades foram o gancho para enviarmos umas perguntas à “desfadista” Vian e percebermos a forma como os acontecimentos do último a têm impactado e informado a sua arte.



O registo sonoro (desenvolvido a meias por ti e pelo Branko) do CAOS’A é para manter ou ponderas explorar outros territórios sonoros? Estando mais próxima do João Pimenta Gomes (que toca contigo) e olhando para temas como o “Sereia”, não é difícil imaginar-te a tornares-te mais experimental nos próximos tempos.

Eu acho que de certa forma sou, em tudo, muito observadora da evolução e vou sempre acompanhá-la em mim. E acho que somos todos assim, tudo o que nos acontece e todos os sítios por onde andamos nos trazem novas conclusões sobre nós e nos transformam de certa forma. Por isso, tudo o que eu fizer irá num caminho, seja ele qual for, com novas facetas, novas viagens, mas sempre com o essencial à cabeça, que no meu caso é querer escrever e descrever na música o que sinto.

Sobre o João, é engraçado pensar nisso, e percebo a associação, mas acho que nos temos mantido dois curiosos sobre o trabalho um do outro sem que, pelo menos até ao momento, nos tenhamos fundido em novas estradas.

Com quem gostavas de colaborar por cá e lá fora (falamos de intérpretes, compositores, rappers, produtores, etc.)?

Há muitas pessoas que admiro muito como o Kendrick Lamar, o James Blake, a Doralyce, a Maria Reis, o Manel Cruz. E um sonho que vou ter sempre: ter trabalhado com o Bernardo Sassetti.

É para manter o registo de concerto que tens agora, mais minimalista, ou gostavas de experimentar outras abordagens em palco?

Vou experimentar, sempre. É certo que vou explorar o que as músicas que chegarem me pedirem, sinto que se não pensasse assim ficaria sempre no princípio.

Como olhaste para a polémica Paredes de Coura (a falta de mulheres no dia da música portuguesa) e o que falta para ti fazer nesse campo? Ainda para mais quando parece que esse concerto terá sido um dos pontos altos do teu Verão.

Sim, foi um concerto especial o de Paredes de Coura. Antes de entrar em palco tinha na cabeça a imagem de dois amigos com quem vi ali concertos que me/nos marcaram muito.

O que pensei quando vi o cartaz foi que a curadoria é um trabalho de uma responsabilidade muito grande e que deve existir cada vez mais essa consciência, de que visibilidade é representatividade. Por vermos alguém num palco ganhamos coragem e imaginamo-nos lá também. Por isso, que sempre que damos lugar a alguém tenhamos essa consciência de que estamos a criar uma imagem na cabeça de todos, a dar espaço e a criar um incentivo. 

Ainda sobre a estrada: há discos ou canções de outros que te tenham acompanhado mais nestes últimos meses?

Confesso que tenho andado em viagens minhas cerebrais e musicais, por isso talvez me tenha feito mais companhia o José Mário Branco, a Amália Rodrigues, o Zeca Afonso… por aí, estou neste embalo nos últimos meses.

Tendo a escrita um papel tão importante nas tuas canções, ponderarias escrever um livro de poesia ou prosa ou para um outro registo que não a música?

Talvez um dia, sim, tudo é possível. Mas não será ainda para já!


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