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Publicado a: 29/11/2018

Revisão da matéria dada: o que andou a fazer Skepta desde que saiu Konnichiwa?

Publicado a: 29/11/2018

[TEXTO] Miguel Santos [FOTO] Direitos Reservados

6 de Maio de 2016 foi o dia do lançamento do álbum Konnichiwa de Joseph Adenuga, o artista britânico mais conhecido como Skepta. O estrondoso apoio que recebeu de fãs e da crítica — foi galardoado no mesmo ano com o prestigiado Mercury Prize — não é suficiente para descrever o seu impacto na cultura popular britânica: Konnichiwa trouxe o grime de volta para a ribalta nesse país e um pouco pelo resto do mundo, catapultando uma ressurgência que não se via há vários anos, e estabelecendo definitivamente o seu autor como um dos pilares deste género musical.

Konnichiwa foi o início de uma viagem artística para Skepta. Começou 2017 com uma aparição na playlist More Life de Drake — o rapper canadiano tem sido um dos impulsionadores do grime além-Reino Unido — em “Skepta Interlude”. Depois, fez-se à estrada numa tour que começou a viagem nos nos Estados Unidos da América e acabou na Europa passando de forma estrondosa por terras lusas no NOS Primavera Sound 2017 — antes ainda passou uns dias entre Barcelos e Porto para tratar da sua linha de roupa. O ano terminou com o parco projecto Vicious, um EP que surge como um simples picar do ponto, uma compilação de temas que já tinham sido estreados e outros novos mas bastante indiferentes, com a honrosa excepção de “Still”.

2018 revelou-se mais proveitoso para Skepta e um ano em que a sua relação com a música norte-americana continuou a prosperar. Apareceu com um curto verso no álbum de estreia de Playboi Carti, Die Lit, mas a produção do artista também viajou, absorvendo influências e mostrando um percurso musical que abraça a caminhada sem esquecer o seu local de partida. “Praise the Lord (Da Shine)” foi a primeira amostra. O videoclipe do intoxicante single de Testing, o mais recente álbum de A$AP Rocky é claro ao mostrar a confluência de Skepta com os seus colegas de profissão de outro continente. Uma melodia infecciosa e característica do rapper e produtor londrino junta-se aos bombos ribombantes do hip hop norte-americano.

 



De forma semelhante, “Money Right”, single de Dizzee Rascal lançado em Setembro, alia os versos disparados do veterano do grime a uma batida de Skepta com um sabor mais mainstream. Mas não é preciso Skepta produzir para o seu som evoluir: “Energy (Stay Far Away)” de batida melosa, versos relaxados e refrão mavioso cortesia do artista nigeriano Wizkid, é o tema que mais se destaca da sua discografia. No entanto, a sonoridade que o consagrou continua presente, seja em temas ameaçadores a solo como o single “Pure Water”, produzido pelo próprio, ou na colaboração com nativos do Reino Unido como o experiente Goldie na fugaz “Upstart (Road Trip)”, uma música característica deste artista de breakbeat.

Skepta chega ao final de 2018 em boa forma, pronto para mais uma série de datas incluídas na tour europeia SK Level. É a terceira vez no espaço de um ano que passa por Portugal e esperemos que a sua actuação seja menos turbulenta do que na edição deste ano do Vodafone Paredes de Coura. Mas para alguém que recentemente foi coroado chefe na Nigéria, terra nativa dos seus pais, certamente não terá problema em animar a noite inteira. Os bilhetes estão à venda por 22 euros e Portugal é das poucas paragens que ainda não esgotou. Vamos mudar isso?

 


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