Plutonio atingiu um par de raros marcos na música portuguesa: o seu single “Somos Iguais” foi oficialmente certificado como diamante, ultrapassando 50 milhões de streams em Portugal; já o álbum do qual a faixa faz parte, Sacrifício: Sangue, Lágrimas e Suor (2019), conquistou a tripla platina, equivalente a mais de 100 milhões de reproduções.
Estas distinções, atribuídas pela Audiogest, consolidam o rapper do bairro da Cruz Vermelha como uma força dominante no panorama musical nacional, com um impacto tão grande que lhe permite que as suas obras perdurem no tempo, mantendo-as relevantes mesmo após passarem vários anos desde os seus lançamentos.
Mas os feitos não param por aqui nem recaem apenas em material “antigo”: “Interestelar”, um êxito mais recente do seu repertório, soma já sete platinas, mantendo-se no Top 5 do Spotify Portugal desde o seu lançamento. Já o álbum que contém o single, Carta de Alforria (2024), que quebrou recordes como o álbum de um artista português mais ouvido num dia a nível mundial e nacioal, continua a brilhar a grande altitude, com todos os seus 22 temas a contarem com certificação de ouro ou platina — além do já mencionado gigante “Interstelar”, são também excepções “País das Maravilhas” (tripla platina), “Montanha” (dupla platina), “Deja Vu” (dupla platina) e “Luxemburgo” (dupla platina).
Para coroar este momento histórico, Plutonio lançou ontem “Agradecido”, rompendo com a tradição de não receber convidados nas suas músicas a solo desde Preto & Vermelho (2016) — com a excepção, claro, do declaradamente colaborativo e transatlântico ORDEM & PROGRESSO (2023). Mas a colaboração patente em “Agradecido” é especial: em cima da batida esculpida por Progvid, à voz do MC da Linha de Cascais junta-se o coro da legião de fãs que marcou presença no grande espectáculo em nome próprio no MEO Arena no início deste ano, simbolicamente referenciado na capa do single com um “feat MEO Arena”, transformando assim a faixa num hino de gratidão àqueles que contribuem directamente para o alcance dos seus heróicos números — o próprio público.
Para melhor entender como funcionam estas métricas que classificam o desempenho comercial de cada música e álbum lançado pelos artistas nacionais, vale a pena reler um guia prático publicado pelo Rimas e Batidas em 2021.