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Texto: ReB Team
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 16/06/2023

O quarteto junta-se a três amigos para um CAOS de sons que pode ser sintetizado como “rock à procura”.

PAUS sobre o novo disco: “Queríamos mais ritmo, stress, energia e informação”

Texto: ReB Team
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 16/06/2023

PAUS sempre rimou com CAOS, mas nunca tanto como agora. O quarteto de Hélio Morais, Fábio Jevelim, Makoto Yagyu e Quim Albergaria tem um novo disco (PAUS e o CAOS), para ser lançado em Setembro, e esta sexta-feira, 16 de Junho, apresentam o primeiro single, “Da Boca do Lobo”. 

Para este álbum, os PAUS juntaram ao processo criativo (e aos palcos que aí vêm) três amigos e companheiros musicais: Iúri Oliveira (percussões), João Cabrita (sopros) e Thomas Attar (guitarra e saz). Cada um deu o seu contributo para um disco que se espera distinto, que a banda descreve ao Rimas e Batidas como “rock à procura”. Acima de tudo, nota-se uma sede pelo estímulo musical, por uma constante procura por algo novo, por uma expansão orgânica dos limites criativos. 

Os PAUS vão apresentar-se com a nova formação ao vivo a 29 de Setembro no M.ou.co, no Porto; e a 3 de Outubro no Teatro Maria Matos, em Lisboa. Para já, pode ouvir-se “Da Boca do Lobo”, um single intenso e repleto de camadas sonoras. Para se ter uma melhor ideia do que aí vem, vale a pena ler as declarações do grupo ao Rimas e Batidas.



Este parece ser de facto um novo capítulo para os PAUS, uma vez que juntaram à equação Iúri Oliveira, João Cabrita e Thomas Attar. A ideia, como percebemos pelo press-release que nos enviaram, era ir a sítios onde nunca tinham estado e continuar a procura constante. Mas como tiveram a ideia e surgiu a vontade de juntar estas pessoas, especificamente, e os respectivos instrumentos? 

Os quatros já fizemos muita coisa e fomos a muitos sítios. Já tivemos muitas certezas e já deixámos a dúvida decidir demasiadas coisas. Em 2023, os PAUS são uma banda independente, sem editora, sem género e sem obrigações. Por isso o que queríamos é sentir-nos excitados com a nossa própria música. Isso implicava dar espaço e liberdade para a música simplesmente tomar a sua forma natural. “Deixa-me ser” como política de criação. Os temas tomaram forma e tomaram decisões e mostraram-nos espaço para outros instrumentos. Quisemos mais ritmo, mais stress, mais energia, mais informação. 

O processo criativo funcionou de maneira diferente, com estes três novos elementos? 

O processo mudou ainda antes da ideia de juntar mais música e músicos. Foi o primeiro disco onde chegámos a estúdio com maquetes e esboços. Começou assim, com intenções postas no papel, visões de cada um dos PAUS. Depois fomos gravando coisas juntos e chegamos a uma primeira estrutura de disco com baterias, baixos, teclas e vozes. Soou-nos bem, mas a pouco, sem ofensa, cauteloso. Nesta altura sentimos que o único caminho que temos enquanto banda é correr riscos e criarmos situações onde a música nos surpreenda, e a decisão de juntar mais coisas foi tão excitante quanto óbvia. Queríamos ser assoberbados e isso mudou ainda mais o processo. Depois de escrevermos o disco chamámos o Iúri e voltámos a compor e arranjar o ritmo do disco. O Cabrita veio depois e começámos a encaixar os arranjos dele e ver o que tinha de ceder no que tínhamos feito. O Thomas ajudou a excitar ainda mais a coisa com guitarras e saz. Com poliritmia e polifonia demos assim oportunidade às músicas de serem mais, amplificámos a sua possibilidade. Este disco é, acima de tudo, um exercício de saber receber. 

Não houve quaisquer limites criativos? 

Limites temos, os nossos enquanto músicos e produtores. O que decidimos foi deixar as música decidirem, não as nossas dúvidas ou certezas pessoais. A música perguntou e respondeu sempre. O que expandimos neste disco foi mesmo o nosso papel de ouvintes enquanto banda. E isso foi super gratificante. 

Diriam que os PAUS alargaram definitivamente a sua formação ou, para já, foi apenas para este CAOS

Não. Este formato é uma consequência deste disco. A ausência de um compromisso estético rígido levou-nos a querer mostrar ao vivo o disco como ele é. E isso implica trazer para palco três amigos. Como fizemos no ciclo de concertos Só Desta Vez no Lux, faz-nos muito bem receber a voz dos outros na nossa música. 

Como também dizem no press-release, não importa classificar o som dos PAUS, que sempre foi diverso e livre de géneros musicais padronizados. Mas como é que descreveriam, nas vossas palavras, o novo som dos PAUS? 

Isso é uma tarefa difícil. Mas se tivéssemos mesmo de dizer rock à procura. 

“Da Boca do Lobo” é um single que sintetiza bem o CAOS que aí vem? Ou não é necessariamente representativo do resto do disco? 

“Da Boca do Lobo” é um sítio do disco. Como não houve fórmulas, cada tema é único na sua intenção e procura. O CAOS, enquanto liberdade, é política e resultado. Este single sintetiza esta abertura livre de julgamento, um aceitar sem moralizar a individualidade de cada som. Decidimos partilhar esta canção primeiro porque é uma canção muito bonita e caótica. 

O disco chama-se CAOS precisamente pela mescla de sons que contém? Existe algum lado mais conceptual do projeto que queiram desvendar? 

Ya, vale muita coisa neste disco. E porque queríamos representar isso ao vivo, técnica e logisticamente complicámos a nossa vida ainda mais. Por isso, no som, na imagem, no palco e na estrada é sobre aventura e liberdade. Chamámos o CAOS, recebemos o CAOS e avançamos com CAOS


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