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Três LPs em três anos: o rapper de Belo Horizonte disponibilizou ontem, ao final do dia, o sucessor d’ O Menino Queria Ser Deus. Ladrão é o terceiro álbum de estúdio da carreira do brasileiro e, à semelhança do ano passado, Djonga foi dando pistas sobre o que poderíamos esperar, ao revelar a capa, o alinhamento e as participações durante as últimas semanas.
Com 10 faixas e colaborações de Filipe Ret, MC Kaio, Doug Now e Chris, a produção ficou a cargo de Coyote Beatz, companhia recorrente no trabalho do mineiro, e ainda dos produtores Fritz e JNR Beats. Um álbum praticamente construído “em casa”, salvo as participações do carioca Ret e do produtor de Maceió JNR, que se alinha com todo o conceito do disco: Ladrão é a promessa do rapper em ir buscar tudo aquilo que a história, sucessivamente, teimou em retirar ao povo brasileiro.
A factura da escravidão e a opressão do povo negro ou a exclusão social secular são algumas das catapultas para o take back de Djonga, num disco cuja arte revela influências visuais dos trabalhos de Jordan Peele (Get Out) ou Spike Lee (BlacKKKlansman) e as temáticas se revelam riquíssimas em referências à cinematografia brasileira e à forma como ela nos apresenta os vários momentos de tentativas de libertação do seu povo. Guerra de Canudos, Deus e o Diabo na Terra do Sol ou Lampião são must sees para compreender a história brasileira dos séculos XIX e XX, e o rapper, activista e ex-estudante de História é hoje um dos seus melhores professores.
Lançado primeiramente no YouTube — colocá-lo no Spotify seria negar o acesso a milhares de pessoas que não assinam o serviço — a meio de um shutdown nas redes sociais, Ladrão chegou mesmo a ser o assunto mais comentado do Twitter no dia de ontem.
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