[TEXTO] Alexandra Oliveira Matos [FOTO] Direitos Reservados
Muitos colam-no a um movimento a que chamam queer hip hop. A verdade é que Mykki Blanco e o próprio Tremor em Ponta Delgada não podiam estar mais alinhados com tudo aquilo que é diferente, ao esbater de fronteiras e questionamento de tudo o que é imposto. A edição de 2018 completa uma mão cheia de um festival que se faz em pleno Atlântico e em harmonia com a capital do arquipélago açoriano. Mykki Blanco é uma das mais recentes confirmações, assim como Miss Red, para o terramoto que vai passar por São Miguel de 20 a 24 de Março.
A preparar um novo trabalho, o Mykki Blanco vai fazer uma residência artística nos Açores. Talvez seja possível que algumas das músicas do próximo álbum nos venham a suar a algo português e bonito como a paisagem da Lagoa das Sete Cidades. Michael Quattlebaum Jr. é rapper, mas, além de uma proximidade grande à electrónica, traz contornos desafiantes a ideias que possamos ter do próprio movimento hip hop.
Com Miss Red, o Tremor torna-se ainda mais dançante e aproxima os festivaleiros a um reggae sound system vindo de Israel. Descoberta pelo produtor britânico, The Bug, em 2011, em Telavive — Red lançou, em 2015, a primeira mixtape em nome próprio, Murder.
No cartaz estão também os portugueses Ermo com o seu Lo-Fi Moda, um dos nossos discos preferidos de 2017. Dead Combo, Boogarins, Liima, Altin Gün, Mdou Moctar, Aïsha Devi, Lone Taxidermist, Mal Devisa, The Parkinsons, We Sea, Baby Dee, The Mauskovic Dance Band e Voyagers.