pub

Fotografia: Cláudio Ivan Fernandes
Publicado a: 15/12/2022

A actualizar-se de projecto em projecto.

Mura: “Eu não quero fazer música fastfood. Quero ver evolução”

Fotografia: Cláudio Ivan Fernandes
Publicado a: 15/12/2022

Como não há 2(.0) sem 3(.0), o rapper Mura resolveu fazer um círculo perfeito e terminar a saga de EPs que vem a lançar desde 2019, perfazendo agora uma trilogia que encerra assim neste segundo semestre de 2022, um ano depois de desassossegar toda a gente com a sua bem recebida estreia em álbuns com O Álbum do Desassossego. O MC, ou o “Homem Com Duas Caras“, seguiu esse mesmo conceito e deixou de lado a “humildade” no seu rap para cuspir de forma bem mais nasty e de forma quase vilã neste novo EP, 3.0, em que reúne um leque bem familiar de artistas, como é o caso de DARKSUNN, Madkutz, Vácuo, Duc3r, entre outros.

A estreia em palco com este novo trabalho está marcada para amanhã, dia 16 de Dezembro, no palco do Maus Hábitos, conhecida sala do Porto que receberá alguns vultos do underground que prometem não deixar ninguém indiferente. Vai também haver um showcase de Silab e Vácuo, que depois acompanham o protagonista da noite em palco para cuspir algumas barras, algumas dessas ainda inéditas, conforme nos revelou o próprio Mura, que esteve à conversa com o Rimas e Batidas.



A capa deste 3.0 é inspirada no Hitler Wears Hermes VI do Westside Gunn, certo? Também tenho em mente uma capa de uma mulher com o third eye na discografia dele, mas não me consigo recordar. Sabes qual é? E, claro, também há a clara referência na primeira faixa ao seu nome, não é…

Agora não me consigo lembrar do título do projecto com essa capa que falaste, o gajo lança três/quatro projectos por ano, fica difícil [risos]. Mas olha, ele e a Griselda são uma grande inspiração porque se fores a ver a nossa maneira [da Godsize Records] de vender vai buscar um bocado isso, a parte do coleccionismo, até porque nós os colecionamos também, em vinil. Na dupla capa da última edição física que lancei também puxa um bocado por essas cenas. Esta dupla capa por acaso até é inspirada no vinil do Ransom e do Rome Streetz, o Coup De Grace, também é numerado e tal, são fontes de inspiração fortes para a Godsize Records [editora da qual Mura faz parte], adequa-se àquilo que gostamos mais. Apesar de tudo, somos coleccionadores. Sabendo que há esse nicho, porque não aumentá-lo? Muita gente que me ouvia de certeza que não colecionava e se calhar agora ao comprar as nossas cenas vai começar a fazê-lo.

Eu tenho a primeira edição do Álbum do Desassossego e gostei bastante da edição física, cheia de detalhes que adicionam uma camada à própria música, há ali um brio especial que nos aproxima da arte.

É um grande mindset do Sensei D., é o master behind the scenes

É o Alchemist da tuga… [risos]

Literalmente! É mesmo o Alc da tuga para mim, boy [risos]. Eu, se pensares bem, sou muito influenciado por essa turma toda, Alchemist, Evidence, acho que dá para ver até. São ali quase os mesmos BPMs, é bué a minha escola.

Por falar nisso, homenageias o Westside Gunn e o José de Arriaga na primeira faixa do disco, a “Westside ArreaGann”.

Ya, eu gosto bué de brincar com ad-libs e, pronto, acaba por ser o Arreaga, que é o meu alter-ego, faço uma junção dos dois. O [Álbum do] Desassossego era algo que eu queria mostrar, tinha que mostrar que sabia fazer e provar algo naquela altura.

Provar concretamente o quê?

Que ainda se fazia aquele rap, que existem essas raízes, que ainda há malta nessa onda, e eu sei que há pessoal que gosta de ouvir esse som, eu também não faço para milhões, mas sei do nicho que existe. O Blasph uma vez disse que o rapper favorito dele tem 30 mil visualizações… se eu chegar a esse patamar já fico contente, significa que estou no mesmo nível do meu rapper favorito, ’tás a ver? Eu penso um bocado assim, agora não tenho de provar nada a ninguém, e eu nessa altura não pensava assim, mas estou noutra fase, apenas gosto de fazer isto. No 3.0 quis mostrar que sei mandar punchlines, acho que ficou visível a evolução desde o 1.0, e foi para fechar um ciclo e mostrar a minha bagagem. Se tu fores a ver o 1.0 não tem nada a ver com isto, nada… o 2.0 já tem qualquer coisa deste projecto, e aqui eu consolido tudo o que fiz para trás. 

E até rimas na 3.0, “Por isso é que eu fecho o ciclo sem um L”. Daqui para a frente, um novo ciclo de Mura?

Eu quis fechar esta trilogia para não ficar sempre preso a este conceito, e estou numa de trabalhar com outros produtores, algo que já está a ser feito. Eu quis fechar isto para tentar inspirar alguém. Com o pouco que tinha gravei 3 EPs, gravei tudo no meu quarto, foi mesmo low cost, foi mesmo esse o intuito do 1.0 e dos trabalhos seguintes. Quis mostrar que com o passar do tempo, se tu fores focado e disciplinado, podes evoluir mesmo com pouco, as coisas vão acontecendo. Comecei com beats da net e estou a terminar a trilogia a rimar em beats do Madkutz, do DARKSUNN… para mim é ganda vitória, é um fechar de ciclo bacano.

Do 1.0 para agora, quais sentes que são as tuas maiores evoluções?

Em tudo, boy… No 1.0 não sabia nada de nada, nem misturar o mínimo dos mínimos, até por não ter concertos não sabia bem onde fazer as respirações, já vou adaptando as coisas aos lives para conseguir respirar melhor em palco, já vou conhecendo os meus limites também. Até fazer o 1.0 só tinha tido dois concertos, na Terra do Rap e no OutJazz, estreei-me nesses dois e foi complicado para mim… andavam lá grandes nomes, Keso, Maze, NBC. Para quem está a começar, foi lixado. Depois do 1.0 eu comecei logo a pensar no Álbum do Desassossego e, entretanto, passaram-se dois/três anos, foi o tempo que demorou a ser feito, até ao produto final que ouviste. E aí assim comecei a ganhar experiência de tudo o resto à pala do Sensei D, até aí não sabia bem o que tinha de fazer para lançar um álbum… fazer press kits, chatear a malta, mandar e-mails, tudo isso. E eu também tenho a escola d’O 36 Bar, que fica no Bairro Alto. E se eu passei alguma vez na rádio e se eu estou aqui a falar para o Rimas e Batidas, foi por causa do 36. Aquilo acaba por ser o nicho do hip hop em Lisboa, toda a gente vai lá, desde o mais pequenino até ao maior. É uma casinha de culto no Bairro Alto, mesmo. E foi aí que comecei a ganhar essa bagagem, passei de não saber nada a começar a saber alguma coisa. Houve uma evolução gigante, e não foi só na música, foi em tudo o resto. É sair aqui do meu quarto, interagir com malta fora do meu círculo, e isso é só positivo. 

E foi aí que conheceste alguns dos produtores que estão no 3.0

Ya, conheci lá o DARKSUNN, o MadKutz por acaso não. O Kutz conheci num evento organizado pelo TNT em Almada, em que actuei, por acaso, e ele fez um workshop de beats, conversámos e tal, criámos ali ligação, e pronto! Mas olha, à pala do 36, tenho uma história engraçada: tive a oportunidade de ir a casa do Kacetado por isso, foi das cenas mais incríveis que já tive na vida, é dos meus produtores favoritos, fez parte do que fez, não dá… é um gajo com um knowledge incrível. E foi por causa dele que no Desassossego fiz aquele skit em que ouves uma mulher, que é a minha namorada, e gravei-a sem ela saber. Gravei a cena numa conversa que tivemos, estava a passar um momento bué complicado da minha vida e captei aquilo que ela disse sem ela saber, fui rato, e acho que ficou mesmo incrível, por acaso. É aí que surge a inspiração do Kacetado, ele fazia isso com toda a gente, boy, inclusive comigo! Liguei-lhe, ele gravou-me sem eu saber, e depois usou a minha voz num beat dele! Acho que ainda nem tinha feito o 2.0 e dou por mim lá em casa dele, a olhar para uma foto de Madvision… e fiquei a pensar no que é que fazia ali [risos] E se não fosse o Cabrita, que é o dono do 36, e a minha namorada, que também trabalha lá, isso não teria acontecido. Eu era bué bicho do mato, não queria ir para lá “vender o meu peixe” e falar da minha cena, era bué fechado na minha bolha, mas não, mano, as coisas saem natural, tu é que tens de sair da toca e ir atrás do que tu queres, e eu fiz isso com o 36. Mas acho que isso agora está a mudar um bocado, a malta já não se fecha tanto… Temos aí malta de qualidade no underground, é uma golden era. Os meus boys, o Óssio, RUB, essa malta-

Há um leque de nomes muito interessante a surgir aí com dicas, não é?

Ya, eu acho que sim. Felizmente é o pessoal com quem eu paro [risos]. Mas, para mim, é bom porque eu oiço as cenas deles e é bom serem aqueles que eu considero os melhores… é a mesma coisa que jogares à bola e estares a aprender com os melhores. Se estiveres em estúdio, ou perto deles, estás a aprender sempre novas cenas, novas dinâmicas, fora da tua bolha, é sempre bom. 

E há tantos bons dessa lista… vários estiveram no 3.0.

Ya mano, há muitos mesmo. 

Pessoalmente, adorei o beat do Madkutz do “Mudei o Prisma”, acho que foi o meu instrumental favorito e, muito honestamente, por acaso até nem sou o maior fã da sonoridade de algumas cenas dele, mas este matou mesmo.

Ele é muito camaleão, sabes? Adapta-se a qualquer rapper. Até lhe pedi um beat assim mais acelerado, de outros BPMs, não para os cento e tais, mas os 90 e tais, e ele disse que não, achava que não tinha nada a ver com a minha cena. Cozinhou um pouco a cena, e saiu este beat que até lhe deu o nome “Learning” e depois foi para o “Mudei o Prisma”. 

Ainda sobre essa golden era que falaste que o underground português está a viver, quem são aqueles nomes que gostavas de trabalhar? De Norte a Sul do país.

Do Algarve, o Reztrikto é dos gajos que eu quero mais trabalhar. Já trabalhei com o B.ifes também, mas o Reztrikto é mesmo dos nomes que mais quero trabalhar, ya. Da minha zona já tinha falado, e vai acontecer mais tarde ou mais cedo, que é com o MLK Mau Aluno e os Missão A Cumprir (M.A.C). Isso ainda vai acontecer. Para te ser franco até estou a fechar um EP com um produtor do Porto, até te posso dizer quem é, o nome dele é PEDRA. Estamos a trabalhar juntos nesse EP. Fora outro EP que vou lançar para o ano, que é também colaborativo, com o Vácuo, o Sensei D. e o DARKSUNN. Agora estou-me a comprometer… mas as coisas estão em andamento [risos].



Que belas novidades, esse EP a quatro é algo que não me recordo de ter visto alguma vez por cá.

Esse é um dos projectos que eu estou a ambicionar mais para o próximo ano, e logo com dois mais velhos que eu tripo, né, e me dou super bem. E também, claro, o Vácuo, que é meu brother mesmo, esquece… aquilo vai ‘tar bom, vou-me esforçar para isso. Um gajo tem de fazer o trabalho de casa [risos]. Para mim só me dá vontade de bulir, bulir, bulir e aumentar a fasquia. Já o EP com o PEDRA tem o intuito de juntar o pessoal todo, mano, do Sul, do Norte, de Lisboa, do Algarve, whatever…  é para eu ter a oportunidade de rimar com pessoas com quem nunca rimei.

E também já ouvi falar de uma cypher da Godsize aqui por Faro…

Ya, ya! On the works, shoutout aí à malta de Faro. Ao Fulha, Argel, Dyabetik… bons maninhos, mesmo [risos].

Também dás shoutout aos produtores da Margem Sul na 3.0 com a seguinte rima: “Nunca viste a margem numa altura tão finesse. Só em produtores, cada projecto, boy, esquece”. A Margem Sul anda bem representada?

Ya, tanto de rappers como produtores, mas aí sublinho mesmo os produtores. Graças a Deus tenho vindo a bulir com alguns dos melhores que fazem a cena: DARKSUNN, Madkutz, Sensei D., Tayob, Soul Providers, Crate Diggs, Catalão, bué gente mesmo, até malta que me estou a esquecer. Tenho bulido com essa malta incrível e até me sinto privilegiado por trabalhar com pessoas de tanta qualidade, e há que dar o shine a eles também.

Aquele skit inicial do “Westside ArreaGann” é do Joe Pesci e do Robert De Niro em que filme? A brincar a brincar ainda há um leque meio grande [risos].

É do Casino, movie do Scorsese, de 1995, naquela cena que estão a discutir no carro. E ainda bem que tocas nessa parte, porque acaba por ser um dos meus alter-egos – eu tenho alguns, ya – e esse é um deles, o Young Pesci. Já mandei sons a falar disso até! Por acaso tenho bué alter-egos, mano… é esse, o José de Arreaga, e outras dicas. Na cena do Arreaga por acaso é sempre o meu sogro a declamar, escrevo sempre para alguém declamar, o intuito é sempre esse, acaba por ser uma cena intemporal. Neste caso é o meu sogro, mas pode acabar por ser outra pessoa. Eu sou da escola do MF DOOM, do Madlib, os homens também têm bué alter-egos, man [risos].

Para além dessas que são claras referências, também li há uns tempos numa entrevista para a 24SobreRap que a tua maior é o Miles Davis. Porquê?

Pela postura, mano, tens que ver entrevistas dele. Quando pesquiso algum artista vou mesmo deep as fuck, quero mesmo saber tudo da arte deles. Perceber tudo sobre os álbuns deles, por curiosidade também, eu sou esse gajo. O Miles Davis inspirou-me bué por outro motivo, eu também dou uns toques de trompete, e ele e o Chet Baker são dois nomes que eu gosto bastante, especialmente o Miles quando começou meio a fritar a pipoca [risos]… triste de se dizer, mas ya, para mim foi a melhor fase dele e até tem uma batida mais hip hop e até tem um rapper num som dele, naquele flow mega 90s. Ele inspirava-se bastante no hip hop, o que era interessante, porque o jazz é pai deste género. Maior parte do que eu samplo é de jazz também, portanto acabei por papar muito Miles Davis. E ele tinha uma maneira de ser em que literalmente se estava a borrifar para tudo, só queria fazer a sua arte, e são esses os gajos em quem eu me inspiro mais, que não querem saber de bens materiais, nada dessas cenas, só querem estar fechados no laboratório, a desenvolver a sua cena com o pouco que têm. Recomendo mesmo ouvirem-no, é muito bom. Tenho imensos vinis deles, é dos gajos que mais oiço.

Não sabia que tocavas trompete…

E meto alguns nos beats às vezes… é aquele hidden secret que não quero explorar muito ainda, até porque tenho de voltar a ter aulas outra vez. A minha sogra é que me está sempre a chatear – “tu tens que começar a tocar trompete nos teus concertos!” [risos]. Eu acho isso grande dica, mesmo, não conheço um rapper que faça isso, não há ninguém que entre e dê um espectáculo de trompete, boy! Quero bué puxar isso, tem que acontecer. Antes de morrer vou dar um gig a tocar trompete, vão ver!

E como começaste a tocar?

Foi uma maluqueira minha, mano. Tinha por volta de 20 anos e quis começar a tocar um instrumento. Pesquisei e vi guitarra, piano… mas não fiquei convencido, porque eu gosto muito de sopro. Andei ali na luta entre o saxofone e o trompete, mas acabei de ir para trompete, o som é incrível e eu adoro aquela vibe de Chicago dos 60s, aquela estética do trompete é bué a minha escola também, apesar de eu não saber nada de pautas, não sei ler, aquilo para mim é quase uma equação, pelo próprio feeling

Voltando aos alter-egos, também já me apercebi que és fã do mundo de wrestling profissional. Até tens uma barra a referenciar o Ric Flair neste EP. O mundo das gimmicks dessa arte influencia-te?

Ya, mano, e wrestling sempre esteve ligado ao hip hop também. 

Também nessa entrevista à 24SobreRap falaste que 2023 podia reservar um álbum para Mura. 

Por agora está em standby. Eu gosto de espaçar temporalmente ao máximo os meus álbuns; se lançar agora um trabalho, se calhar vai soar parecido ao Álbum do Desassossego, e não quero isso. Nem que tenha de esperar três ou quatro anos, mas quero demonstrar alguma maturidade tanto minha [pessoalmente] como musical para se sentir a evolução, tanto para o bom como para o mau! Um gajo também não pode meter prazos, a cena tem que sair quando tiver, mas o álbum é cena demasiado importante para mim para lançar todos os anos, acho que se o fizeres até perdes um bocado a credibilidade, pelo menos para mim. Acaba por ser música fastfood, sabes? Eu não quero fazer música fastfood, quero ver evolução. Um bom exemplo é o Kendrick [Lamar], tem cinco álbuns, assim espaçados, e todos super diferentes, cada um no seu universo diferente. Eu sou um bocado teimoso nisso, prefiro seguir essa linha também.

E já na sexta-feira vão levar o underground da zona de Lisboa, até ao Porto, não é?

Exactamente, vou levar comigo o Silab e o Vácuo, vão lá fazer os showcase deles. Vamos juntar um bocado o nosso pessoal do Porto com o pessoal que vamos levar lá para fazer uma coisa bonita. Vai acabar por ser o meu concerto de estreia do 3.0 e logo nos Maus Hábitos que é uma casa mesmo incrível, vou dar tudo lá, quero fazer uma noite memorável. E depois ainda há o Sensei D., que vai ser o DJ da noite, basicamente. Eu e o Silab vamos tocar uma faixa só para quem lá está também, vamos levar algumas cenas inéditas que ainda não saíram. Gosto de fazer um misto daqueles sons que a malta já conhece e cenas que ainda não estão na rua, também para estudar a reacção da malta, perceber a sua receptividade. Procuro fazer isso nos meus concertos quase sempre também.

E no menu vamos ter algum unreleased do EP que falaste há pouco com o PEDRA?  

Por acaso vão. Pelo menos um som vão poder ouvir, sim. Acho que o Porto pede estas noites, é uma das melhores cidades nestas noites também, de hip hop underground, sabe sempre bem ir lá dar um pulinho para tocar a minha cena, é sempre porreiro.

Vais levar merch para lá?

Sim, vou levar umas t-shirts do Álbum do Desassossego, é a única coisa que está disponível, os CDs já voaram! Queria convidar toda a gente a passar na sexta, dia 16, no Maus Hábitos, que nós vamos dar tudo por lá, queremos fazer uma noite memorável.


pub

Últimos da categoria: Entrevistas

RBTV

Últimos artigos