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Fotografia: ivansalvadxr
Publicado a: 17/12/2021

Do nada ao topo em apenas três anos.

Morad, a voz das ruas menos iluminadas de Espanha, sobe aos palcos do Lisboa ao Vivo e do Hard Club em Fevereiro

Fotografia: ivansalvadxr
Publicado a: 17/12/2021

Morad faz a sua estreia em Portugal em 2022 com uma dupla data ao vivo. O artista catalão começa por se apresentar no Lisboa ao Vivo (25 de Fevereiro) e sobe no dia a seguir até ao Porto, onde vai ser recebido no Hard Club. Mais tarde, em Julho, também está confirmado para o festival Solnaro, em Braga.

Vive no bairro La Florida, em L’Hospitalet de Llobregat, tem apenas 22 anos e é já um fenómeno da nova cena urbana fabricada a partir de Espanha. Se, por um lado, temos Rosalía ou C. Tangana a liderar uma faceta mais glamorosa da cultura pop dos nossos vizinhos, é justo afirmar que Morad El Khattouti El Horami é um príncipe de ascendência marroquina que está a controlar uma camada mais áspera — menos fantasiada e mais focada naquilo que a visão realmente capta no dia-a-dia — dentro daquilo que os números nos apontam como sendo música de massas. Nas plataformas digitais, são já muitos os milhões acumulados entre as dezenas de faixas que tem vindo a editar desde “No Son De Calle”, lançamento de estreia que protagonizou no final de 2018.

Na maior parte dos casos, essa é uma camada — ou, melhor, uma realidade — mais dura e que dá direito a envergar uma espécie de distintivo — a tal street cred — para lembrar os demais que a trajectória foi tudo menos fácil e que nada lhe foi entregue de mão beijada. É esse o crédito pelo qual reclama não só na sua canção inaugural como até mesmo no nome que escolheu para dar tanto à label que representa como também ao seu álbum de apresentação — M.D.L.R desdobra-se em Mec De La Rue, que em português significa algo como “miúdo da rua”.

Sobre o disco, apresentado em Maio de 2019, ainda antes de “No Son De Calle” completar o primeiro aniversário, deve sublinhar-se a prontidão com que Morad se adaptou aos moldes da indústria e a satisfez com um (sempre necessário) leque de temas que possam demonstrar os diferentes quadros sónicos onde a sua voz consegue “colar”. M.D.L.R é, sobretudo, uma ode ao momento frutífero que o trap atravessa, capaz de se fundir com ideias colhidas de outras paragens, como o reggaeton, a house music ou o afrobeat, e até de gerar sub-géneros com uma identidade muito vincada, como tem vindo a acontecer com o drill. Dos movimentos da sua boca saem-nos palavras que tanto podem decifrar o que é capaz de fazer “Por Dinero“, lembrar a moça “Delicada” que é quase tão perfeita quanto a sua progenitora, relatar o que se passa no bairro onde mora este “Bandido” e, claro, elevar a mentalidade característica de um puro “M.D.L.R“.

2020 trouxe-nos um upgrade a esse longa-duração, que se traduziu num acréscimo de mais cinco faixas ao currículo do rapper. Mas o que fica registado em disco acaba por ser uma mera migalha daquilo que cria em estúdio à medida que os dias passam e, feitas as contas entre M.D.L.R, M.D.L.R 2.0, temas avulso em nome próprio ou colaborações com outros artistas, a produtividade de Morad não deverá andar muito longe da média de conseguir uma música nova por semana desde que ingressou pela via do rap.

Na sua lista de afiliados, a representar a sigla M.D.L.R enquanto movimento colectivo, estão 2.o.0.m.0.a.1.r (a quem dedicou “El Coleta”), Beny Jr (que este ano esteve ao lado de El Guincho em Samurai), ou os produtores VATO e Fake Guido, sendo este último um dos responsáveis pelo infeccioso som de Bad Gyal, capaz de contaminar ouvidos um pouco por todo o mundo, incluíndo Portugal, como percebemos através de um balanço de 2018 assinado por Pedro Mafama. Nesse campo, também o próprio Morad já goza de anos suficientes nisto para ser ele próprio uma referência para os outros. Julinho KSD, por exemplo, fez a sua própria receita para o sauce do espanhol em “Stunka”, que prontamente teve a aprovação dos seus fãs numa demo que surgiu nas redes sociais e acabou mesmo por integrar o alinhamento de Sabi na Sabura.


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