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Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 31/03/2020

Stay At Home foi criado durante a primeira semana de quarentena do produtor de Vila Nova de Famalicão.

John Miller estreia-se pela RAIA: “Identifiquei-me bastante com a essência da cena que eles estavam a criar”

Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 31/03/2020
Editado no último sábado, Stay At Home é o primeiro projecto de John Miller pela RAIA Records. Já deu a volta ao mundo em 14 discos, esteve na génese da promissora mas efémera No Karma, lançou Boots and Keys pelo Rimas e Batidas e os seus beats têm sido tratados com o devido carinho por gente como Blasph ou ORTEUM. Foi graças ao placement no álbum de estreia do colectivo formado por Tilt, Mass e Nero que John Miller entrou na órbita da então recém-chegada RAIA Records, que depois de A Última Gota, em 2019, carimbou também Hella Joints Vol.1, de Il-Brutto e o disco de estreia homónimo dos In3gah, de Bambino e Sanryse. Além de se tratar da primeira investida pela RAIA, Stay At Home é também a contribuição que João Monteiro oferece ao público do hip hop nacional nesta época de quarentena obrigatória, ele que aproveitou a sua primeira semana de confinamento para esculpir as sete faixas que compõem a beat tape. O produtor de Vila Nova de Famalicão esteve à conversa com o ReB acerca do seu novo trabalho.

Não és propriamente uma cara nova no circuito e, até agora, à excepção do Boots and Keys e da curta passagem pela No Karma, tens editado todos os teus projectos de forma independente. Como se deu a ligação à RAIA e o que é que encontraste no projecto que sintas que tenha sido decisivo para dar um novo passo na carreira? A ligação com a RAIA surgiu depois de ter colaborado com ORTEUM no último álbum deles e, na sequência desse trabalho, o Tilt falou comigo para saber se tinha interesse em passar a fazer parte do catálogo deles. Identifiquei-me bastante com a essência da cena que eles estavam a criar. Tanto com as pessoas como com a identidade e sonoridade que procuravam desenvolver. E é sempre bom termos alguém a dar algum suporte ao trabalho que desenvolvemos. Se conseguirmos que sejam pessoas de quem gostas e te identificas com o trabalho, ainda melhor! Sinto que estou em casa mesmo. Estreaste-te pela editora com uma beat tape. Fala-nos um pouco acerca do conceito que desenvolveste ao criar a sonoridade destes temas. É tudo um produto destas últimas semanas desde que entrámos em estado de emergência? Sim, foi tudo feito na minha primeira semana de quarentena. Antes do país entrar em estado de emergência. Tudo saiu em função do mood em que estava e a sonoridade foi de encontro a isso sem forçar nada. Apenas andei a bater pads e o resultado está aí. Em termos do processo criativo, a quarentena obrigatória alterou de alguma forma a tua metodologia ou o estado anímico com que abordaste cada faixa? O processo criativo não foi alterado, continuo a basear a minha produção em samples e drum breaks. Apenas fiquei com mais tempo para dedicar à música. O estado de espírito influencia sempre a minha sonoridade e agora não foi excepção. O título é claro: Stay At Home. De que forma achas que a música (e a arte em geral) pode ajudar a contribuir para o estado psicológico, tanto para quem cria como para quem a consome em casa para se entreter? Penso que a arte tem sempre uma enorme importância na vida das pessoas, e em alturas de crise a necessidade das pessoas se sentirem entretidas e motivadas aumenta. Embora não seja apenas um escape, a arte também tem essa função. Neste caso aumentou também o tempo livre da maior parte da população, o que faz com que haja mais criações por parte dos artistas e mais necessidade por parte dos consumidores de ver e ouvir coisas novas. O que se segue a partir daqui? Tens mais projectos ou produções para outros artistas da RAIA em vista? Sim, já tenho coisas no forno e isto vai dar raia.
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