TOM é o convidado da quinta edição de Hip Hop Loves Jazz, que acontece no próximo dia 1 de Julho, pelas 16 horas, na Jazz Messengers.
O rapper de Almada a quem Sam The Kid garantiu, nesta noite, vir a produzir um disco num futuro incerto é, à semelhança do MC de Chelas, alguém que se aventurou pelas batidas para servir as suas rimas. O “Freakin Soyer” dedicou-se desde cedo ao beatmaking e hoje é uma referência no fingerdrumming, prática que partilha recorrentemente através da sua conta de Instagram.
Não é por isso de estranhar a presença do autor de MAD (2019) — que está em vias de editar um novo álbum a solo — na rubrica Hip Hop Loves Jazz, promovida pelo director do Rimas e Batidas, Rui Miguel Abreu, que apresenta uma vez por mês estas sessões de criação em tempo real na loja de discos inserida na livraria Ler Devagar, sediada no Lx Factory. A cada sessão, o artista convidado é desafiado a escolher três discos a partir de um lote de LPs previamente seleccionados para, com recurso exclusivo às suas ferramentas de produção escolhidas para o efeito, extrair alguns samples que se tornarão na base para a criação de um tema inédito na hora.
O protagonista da quinta edição do Hip Hop Loves Jazz — cujo cartaz é assinado, como sempre, por Carlos Quitério — respondeu ainda a algumas perguntas enviadas pelo ReB, dando-nos um vislumbre do que será a sua participação na próxima sessão de corte e costura ao vivo.
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Por onde é que começaste primeiro: pelas rimas ou pelos beats?
Comecei pelas rimas, só pouco tempo depois do meu primeiro álbum é que comecei a fazer os meus primeiros beats!
Que máquinas/programas de produção usavas no início?
Comecei mesmo por usar aplicações de fingerdrumming para o telemóvel, mas assim que o meu “primo” Stereossauro me safou a minha primeira MPD, saquei o Fruity Loops e comecei a mexer por aí.
E agora quais são as tuas ferramentas de eleição para produzir?
Neste momento uso a MPC One para fazer o bruto, e o Ableton Live para estruturar mesmo o beat na totalidade.
Já chegaste às tuas mil horas de fingerdrumning?
Às mil horas já devo ter chegado! Mas sinto que nem sequer estou no meu auge ainda… O processo de aprendizagem é praticamente infinito, mesmo.
Como foi a experiência de ter uma espécie de mentoria do Diamond D em pessoa?
Foi definitivamente das experiências mais incríveis da minha vida… Ter uma lenda viva no mundo inteiro ali ao pé de mim e, de alguma forma, a aprovar o que eu faço foi dos melhores sentimentos que se pode ter, é uma honra mesmo poder ter tido essa oportunidade.
Foi daquelas oportunidades em que se aprende muito em pouco tempo?
Sem dúvida que aprendes muito em pouquíssimo tempo, mas fica sempre a sensação que há muito mais para aprender, também.
Como surgiu a iniciativa de dares aulas de sampling e fingerdrumming?
Surgiu de necessidade durante a pandemia. Como toda a gente que faz música, fiquei completamente desamparado durante o COVID, e como também já tinha tido experiências semelhantes em escolas mesmo, senti que tinha os recursos necessários para começar a fazê-lo a partir de casa.
Tens tido muitas solicitações de aspirantes a beatmakers?
Em relação a “alunos” já tive a oportunidade de poder trabalhar com malta do mundo inteiro. Embora esporadicamente aparecem sempre beatmakers e aspirantes a beatmakers interessados.