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Fotografia: Henrique Albuquerque
Publicado a: 18/06/2019

Uma viagem melódica de 15 minutos.

Chyna mergulha nas águas do trap em 1 Week Later

Fotografia: Henrique Albuquerque
Publicado a: 18/06/2019

Desde que deu nas vistas com Made in Chyna, EP lançado em 2017 só com beats de Fumaxa, que Chyna se tem mostrado um jovem e versátil valor dentro do muito populado campo da nova escola do hip hop português. O seu percurso continuou ao juntar-se a um amigo e colaborador próximo chamado Duque, com quem fez outro EP — desta vez lançado em partes, em singles, intitulado Done Already.

O seu discurso assenta bastante em valores que habitualmente reconhecemos na cultura hip hop: a superação dos problemas, a ambição pessoal, a ascensão social, a celebração de uma vida melhor, a preocupação com a família e os amigos, e, claro, o bairrismo, mesmo que neste caso isso possa acontecer entre as ruas da Linha de Sintra e as da Costa da Caparica.

Chyna — que começou a fazer música com uma guitarra eléctrica oferecida pelo avô e completamente distante do rap, sendo que só mais tarde, pelos 10 anos, é que se interessou pela cultura hip hop — está agora numa nova etapa com 1 Week Later. Voltou a juntar-se a Duque e a outro colaborador próximo, FdAN, para juntos criarem um trabalho em apenas uma semana (daí o título 1 Week Later). Este foi um projecto em que Chyna mergulhou nos terrenos do trap — bastante influenciado pela sonoridade de Duque –, abraçou o auto-tune e um flow cantado para entregar a sua mensagem com outra embalagem sonora. Bastante distinta do boom bap a que estamos habituados a ouvi-lo.

1 Week Later tem cinco faixas — é uma viagem melódica de 15 minutos carregada pelo baixo e tarolas disparadas que entregam todo o peso que uma produção destas exigia. É uma forma diferente (e com mais musicalidade) de absorver a mensagem de Chyna. Há bangers acelerados, mas também momentos mais doces, como o último tema, “Like Me”, que soa quase a um dancehall moderno de estilo britânico. A versatilidade camaleónica de Chyna está à vista — e que bom é quando um artista se desprende das amarras do preconceito para fazer aquilo que realmente está a sentir e gosta.


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