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[TEXTO] Gonçalo Oliveira [FOTO] João “Lagarto”
Beware Jack acaba de guiar uma orquestra de MPCs para dar início ao segundo Festival Rimas e Batidas. Os maquinistas de serviço foram Bambino, Tayob Juskow e Praso, que foram incansáveis no disparar de bombos e tarolas em cima de recortes melódicos bem ao estilo de J Dilla.
A energia dos três produtores que subiram ao palco foi inesgotável e, por eles, certamente que esta jam poderia durar a noite toda. Foram cerca de 40 minutos a operar MPCs enquanto Beware Jack fazia de mestre de cerimónias, incentivando o público e largando props para os intervenientes. Bambino, ele que é um dos dinossauros da nossa cultura, foi sempre alvo de muitos assobios e palmas pelo seu carisma e por tudo o que ele representa enquanto pioneiro do movimento do hip hop nacional.
“Ressuscitem o J Dilla!”, gritava Beware a meio da jam. Ele que era um dos grandes mestres desta clássica caixa de ritmos da Akai. Em palco há modelos para todos o gostos, do mais clássico ao mais vanguardista. Tayob manuseia um MPC 2000XL, Bambino optou pela 5000 enquanto Praso demonstra a sua preferência pela mais recente MPC Studio. Uma aula de corte e costura em pleno Musicbox.
Houve espaço para Beware rimar uma boa dose de freestyles e, também, uma das suas letras em cima dos instrumentais que estavam a ser cozinhados em palco, assim como Sanryse que foi o convidado surpresa a agarrar no microfone para um improviso bem ao seu estilo raw.
Embora a tarefa de ressuscitar Dilladog seja impossível, a presença do seu espírito fez-se notar neste arranque do segundo Festival Rimas e Batidas. “Dilla não saias da minha vida”, foi a frase de despedida de Beware Jack, com Bambino também a deixar o seu apreço pelo calor que recebeu do publico. A MPC jam terminou com um momento totalmente improvisado com os três maquinistas a disparar samples em simultâneo – batida, linha de baixo e melodia -, formando um beat que aqueceu todo o Musicbox, arrancando uma grande ovação no final desta actuação.
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