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O Le Guess Who? já anunciou alguns dos nomes – 87 no total! – para a edição de 2019, que decorrerá entre 7 e 10 de Novembro na cidade holandesa de Utrecht. Após ter anunciado o elenco de curadores — Moon Duo, The Bug, Jenny Hval, Patrick Higgins, Fatoumata Diawara e Iris van Herpen & Salvador Breed –, o festival revelou algumas das escolhas de cada um.
Os Moon Duo trazem o novo projecto de Grouper, Nivhek, assim como os Träden (antigos Träd Gräs och Stenar). Recuperam Michele Mercure, artista experimental que ficou esquecida nas edições de autor da década de 80, assim como o jazz orelhudo de Idris Ackamoor & The Pyramids.
Quanto a The Bug, um dos nomes que logo desperta a atenção é o dos Earth, imponente nome que nos recorda as longas, e intensas maratonas de drone. Mas há ainda Caspar Brötzmann (filho desse mesmo!), com o projecto Massaker, em violenta incursão de noise de guitarras;Drew McDowall, dos Coil, a apresentar o monumental Time Machines; mais próximo do dub e derivados, terreno que sabemos também ser-lhe familiar, traz Jah Shaka Sound System e Mark Ernestus’ Ndagga Rhythm Force; actuará ainda com Moor Mother(curadora do ano transacto), no projecto ZONAL.
Jenny Hval, nas suas propostas, conta com uma maior percentagem de presenças femininas — e bem. Depois de um ensaio preliminar no Milhões de Festa do ano passado, Natalie Sharp apresenta o seu BodyVice, numa performance de som e movimento sem instrumentação em palco. Há ainda Lolina, nome sob o qual edita agora Inga Copeland (!), Sarah Davachi, cujo trabalho meditativo já passou em Portugal também, e Félicia Atkinson, artista de trâmites parecidos mas com destinos bem distintos. Tem ainda na manga a apresentação de um “projecto multidisciplinar”, com vários artistas do seu círculo, denominado The Practice of Love.
O último artista que apresenta, nesta altura, o seu elenco é Patrick Higgins. Um dos seus trunfos é Tyondai Braxton, que, há uns anos, deu uma amostra do que seria um dos concertos da década em Portugal (foi brutalmente interrompido por um problema técnico no Semibreve, em 2017). Além disso, traz alguns intérpretes da música clássica contemporânea — como Conrad Tao ou Leila Bordreuil —, assim como um grupo, LEYA, que tem tentado aproximar o mundo da erudição ao da pop. São propostas que, a seu tempo, revelarão mais do seu intento.
Os programas de Fatoumata Diawara eIris van Herpen & Salvador Breed estão ainda por revelar. Mas — e como isto não bastasse já! — o Le Guess Who? anunciou também uma grande leva de nomes convidados pela organização: contam-se os Deerhunter, por exemplo, os Acid Mothers Temple ou Cate Le Bon, nos nomes que nos são mais familiares, e depois uma avalanche de nomes que ora desconhecemos, ora nos convidam ao arregaçar do sobrolho: os Negativland, quem diria?, ou o bonito fenómeno de Doug Hream Blunt; a nossa Nídia irá rasgar o after de uma das noites, provavelmente, e as parcialmente nossas Raincoats (de Ana da Silva) regressam aos palcos, também. Muitas surpresas.
Por último, o festival destaca três actuações que se prevêem ímpares: a indiana Asha Puthli, com carreira ocidental, vem no alto dos seus 74 anos mostrar-nos a sua (belíssima!) carreira; Ustad Saami, oriundo do Paquistão, preserva uma tradição musical desde tempos verdadeiramente imemoriais; e ainda Ayalew Mesfin, a mais recente descoberta da enorme mina que é a música etíope, promete óptimas memórias de mais um incrível Le Guess Who?.
Os bilhetes diários estão agora disponíveis. Para quinta-feira, vendem-se a 43 euros; restantes dias a 48 euros. O bilhete geral (que é um belo investimento!) está a 148 euros. Além disso, o festival promove, em colaboração com o The Dutch Council for Refugees, a oportunidade para adquirir um bilhete adicional que será atribuído a um refugiado residente na Holanda que queira visitar o festival.
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