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Fotografia: Mica-l Recorder
Publicado a: 01/02/2020

Está aí o primeiro avanço de EM PONTO.

Amon sobre “Frutaria”: “É um som que viaja entre umas pereiras no Bombarral e aquela garrafa de água vazia no chão de uma rua do Cais do Sodré”

Fotografia: Mica-l Recorder
Publicado a: 01/02/2020
Saiu ontem “Frutaria”, o primeiro avanço do EP de estreia a solo de Amon, EM PONTO, que está na agenda para sair nos próximos meses. Apesar de discreto, João Antunes é um dos mais fiéis militantes do circuito underground do hip hop praticado no nosso país. O percurso que tem vindo a trilhar em mais de 10 anos dedicados às rimas e batidas fazem dele um dos nomes com mais história na cena local da Linha da Azambuja, tendo estado na génese dos Royal Máfia e sendo hoje um dos membros fundadores do colectivo/street label Top Dogs. Como rapper, a vertente que experimentou em primeiro lugar, Amon tem o seu nome cravado em clássicos vindos de uma nova vaga de artistas que começou a dar os primeiros passos no virar do milénio, como “Por Quem Me Tomas” ou “Avisa”, altura que coincide com o aparecimento da Internet e com a facilidade económica e tecnológica em adquirir materiais para montar um home studio minimamente modesto. Editou a sua primeira mixtape Tuneis de Cu Chi em 2013, formou o Projecto Corrosivo em 2016, com Frizer, Re-Phil e Maz, e conta com várias colaborações ao lado dos seus Top Dogs ou com Stone Jones, beatmaker e amigo de longa data. Enquanto produtor assina como Groove Synthdrome e tem deixado a sua marca ao lado de nomes como os ORTEUM ou, mais recentemente, Vácuo. Depois de ter formado um trio com Nero e DJ Sims em 2018 — “Sem Tirantes” antecipou um EP que está na calha para sair pela RAIA — Amon regressou a um formato que, até então, só ainda tinha gerado algumas faixas soltas. O MC e produtor revelou ao ReB que se sente agora “no ponto” para partir para o primeiro trabalho de sempre escrito e musicado por si. “Frutaria” é a faixa inaugural de EM PONTO e foi apresentada com um videoclipe assinado por R.I.P. Mariachi, através da Shoutout.

Que negócio da fruta é este que relatas no teu novo tema? Na verdade são alguns negócios de algumas frutas diferentes. Fruta verde, madura, podre, doce, amarga… Há muita fruta, né? E gostos para tudo. É um som que viaja entre umas pereiras no Bombarral e aquela garrafa de água vazia no chão de uma rua do Cais do Sodré. No Mercado da Ribeira não falta nada, e na Praça da Fruta nas Caldas da Rainha também não. A faixa aponta para um novo EP, inteiramente produzido e escrito por ti. Pegando no título desse trabalho, que ideia é esta de estar EM PONTO? A minha “cena” na produção surge depois da minha afirmação como rapper. Apesar de em 2007 já fazer alguns beats não me considerava um producer ou sequer um beatmaker. Eu não usava os meus beats. Era só uma coisa que eu achava divertido fazer para estar entretido, mais do que ver um filme ou estar a jogar. Mas foi um hábito que eu acabei por desenvolver e depois de ter vindo para as Caldas (2013) e acompanhar mais de perto as produções do Stone Jones, ter conhecido o Uaimi e o falecido Razat (RIP), tive a oportunidade de os ver a produzir, e aí senti um interesse muito maior em dedicar-me com seriedade à produção. Gradualmente passei a fazer beats todos os dias já com a intenção de gravar neles. A pergunta que muita gente me fazia era: “Então, se tu rimas e fazes os beats, quando é que fazes um projecto com rimas e beats teus?” É claro que era um objectivo meu, mas eu achava que a cena não estava “no ponto”. Fiz um esforço e continuo a fazer para progredir musical e tecnicamente e apresento agora o meu EP, EM PONTO, sem atrasos a meu ver, na altura certa. Em que fase se encontra o EP? Há mais algum detalhe que nos possas revelar? As músicas estão todas feitas. Além deste “Frutaria” tenho outro vídeo acabado e estou a trabalhar num terceiro. Brevemente vou disponibilizar o segundo vídeo e mais tarde o terceiro, com os restantes temas em formato áudio. Não tenho datas definidas mas será certamente dentro dos próximos meses.

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