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Publicado a: 01/08/2016

Ace: “Ser pai pôs-me a pensar naquilo que me agarra à vida”

Publicado a: 01/08/2016
[FOTOS] Direitos Reservados

Ace, rapper e produtor veterano dos Mind da Gap, acaba de estrear o videoclip para o single “Amor pela Vida”, que tem rodado sem parar na Antena 3 e tem conquistado, através da votação do público, o primeiro lugar no top da playlist, no último mês. Conseguimos de Ace esta “ante-estreia” aqui no Rimas e Batidas e mais algumas informações importantes, para ler mais abaixo.

O tema fará parte de um disco a solo em que o artista de Vila Nova de Gaia, que lançou em 2003 IntensaMente, se encontra a trabalhar. Nesta conversa com o Rimas e Batidas, Ace fala-nos do single, do vídeo, da resposta que tem tido do público e do futuro trabalho.


Podemos ver algumas participações de peso no vídeo de “Amor pela Vida”. Porquê estas pessoas e qual era a surpresa que tinhas prometido?

A surpresa é a forma como esses convidados participam no vídeo, porque aparecem (não só, mas também) a fazer playback das minhas rimas. Os mais conhecidos no nosso meio, ou mais “pesados”, são o Maze, Sam The Kid, Presto e os Roger Plexico [com quem protagonizou o ano passado um álbum conjunto]. Escolhi estas pessoas por ter uma relação pessoal com elas, primeiramente. Depois, por achar que conseguiam fazer o “papel” de rappers dos meus versos e também por serem pessoas cujas paixões se enquadram no conceito do vídeo.

Todos os convidados – mais ou menos famosos – aparecem a dar azo a actividades que demonstram o seu amor pela vida. O André Hollanda na sua bateria, o Chef Nuno Castro na sua cozinha do Esquina do Avesso, o Nuno Silva na sua Barbearia Porto, a bailarina Sara Marú a sentir o som em pontas. Vai daqui o meu agradecimento muito especial a todos.

A ideia para o vídeo foi pensada por ti? Como é que foi o processo de concretização?

A ideia do vídeo nasceu de várias sessões de brainstorming entre mim e as pessoas que o trabalharam, o Tiago Lessa [nitronious] e o Pedro Lopes. Tivemos várias reuniões e o conceito foi evoluindo até àquilo que vão poder ver. A ideia geral é passar a imagem de pessoas felizes a fazerem o que gostam de fazer, a sentirem amor pela vida. A parte mais complicada foi gerir compatibilidades de toda a gente com as condições climatéricas e horários para filmar. Como o clip tem uma timeline definida, as horas de filmagem tinham de seguir essa timeline para não haver desfasamentos em termos de luz, por exemplo.


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O single tem estado em forte destaque no top da Antena 3. Estavas à espera deste feedback tão positivo? Como é que tens visto isso?

Tem sido incrível perceber que as pessoas apreciam a minha música e ao ponto de se darem ao trabalho de apoiar através da votação para o top. Já vai com um mês consecutivo em primeiro lugar. Sendo um lançamento independente, esporádico, digamos assim, a votação “popular” é a única “pressão” que existe para que a música possa ter airplay na rádio.

Não há estratégia de editora, não há promoção institucional. Há tão somente a vontade das pessoas de apoiar uma música, um artista. E isso toca-me de uma forma muito especial. Com tantos anos de carreira é bom perceber que ainda sou relevante. Ainda mais estando “sozinho”. Eu acreditei sempre na música, o instrumental é fresco, soa a Verão e a letra tem conteúdo, tem uma mensagem importante.

Mais do que esperar algo, eu acreditava que se fosse dada uma oportunidade à música, ela podia ter algum sucesso. A minha experiência com o sucesso está relacionada sempre com “músicas reais”, músicas que exprimem ideias ou emoções que me são muito próximas, que não são fruto do imaginário criativo, mas que são, de facto, expressão do que sinto e penso. Esta música não podia ser mais real neste momento da minha vida, daí acreditar que podia ter algum sucesso.

O que é que procuraste fazer neste tema, tanto ao nível das letras e da temática, como ao nível da produção?

Ao nível da produção, não costumo “procurar” nada, limito-me a seguir o instinto, no momento. Tenho centenas de beats e não são todos como este, há vários ambientes, vários estados de espírito. Escolhi este para ser a base deste single por achar que soa a bom tempo, boa onda, espírito positivo. A letra fala do amor pela vida quase como se fosse uma pessoa, uma espécie de voz da razão, com quem eu converso em rima.

Este tema surgiu-me depois de ter sido pai e de ter sido “obrigado” a olhar para a minha vida de uma nova perspectiva. Apesar de dificuldades a vários níveis, inclusive problemas sérios de saúde muito recentes, e das normais vicissitudes de um artista em Portugal, ser pai pôs-me a pensar naquilo que me agarra à vida.

O single faz parte de um disco teu a solo que estará para vir? Há mais informações que possas adiantar de momento?

O single é um avanço de algo que está para vir, sem dúvida. Mas, para já, esta é a única certeza que tenho. Que vai existir um álbum meu a solo. Quando, como, com quem, tudo isso são, para já, incógnitas para mim. Já tenho bastantes letras e beats a mais até, escolhidos para esse efeito – mais uma vez, quero ser responsável por tudo criativamente. Tenho uma vontade gigante de voltar a editar a solo, de me representar a mim próprio, as minhas ideias, o meu discurso, as minhas escolhas, a minha atitude. Gostava que fosse o mais tardar no primeiro trimestre de 2017. A ver…


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