Já há programa para a segunda edição do Queer Fest, o festival de música, performance, literatura, artes plásticas e debate que decorre entre 8 e 11 de Setembro na Casa Independente, em Lisboa, e na SMUP, na Parede.
Focando na secção musical, o destaque vai para nomes como Carincur (com quem falámos em 2019 a propósito de Sorry If I Make Love With Sound), a lake by the mõõn (Life in Warp, lançado este ano, foi o gancho para a conversa publicada por aqui), Sofia Queiroz Orê-Ibir (destacada no artigo Elxs andam aí) ou As Docinhas (Pedro João Santos escreveu sobre uma das suas faixas, neste caso “Aiaiai”, para a #ReBPlaylist de Maio deste ano).
No texto de apresentação do evento que é programado por Rui Eduardo Paes e Maria do Mar escreve-se sobre mais uma edição criada em contexto pandémico:
“A cruel ironia destes dias que vivemos assim o determinou: a segunda edição do Queer Fest vai realizar-se nas mesmas circunstâncias que foram as da estreia deste festival em 2020. Distanciamento físico, lotações máximas, impossibilidade de obter apoios financeiros e poucos recursos são, novamente, o contexto, apesar do alívio proporcionado pela vacinação contra a Covid-19. Neste tempo que passou e neste tempo em que estamos tudo se tornou urgente, a começar pela necessidade de vivermos as nossas vidas por inteiro. Para uma pessoa queer, viver é, muito especialmente, também lutar pelo seu lugar de presença, pelo seu lugar de fala e pelo seu lugar criativo, artístico, estético. Se no ano passado o significado político do Queer Fest foi enorme, por maior força de razão sê-lo-á ainda mais em 2021: organizar um evento cultural queer não poderia, nas presentes condições, ser um acto mais interventivo, de resistência, de protesto, de activismo.
Por isso o Queer Fest insiste, contrariando inclusive a presente ‘moda’ do cancelamento cultural: quanto mais vemos o tapete a sair-nos de debaixo dos pés, melhor entendemos que é necessário mostrar a todes o quão rica, importante e de grande qualidade é a arte queer em Portugal, nas suas variadas manifestações. Damos uma especial atenção à música, à performance, à literatura e às artes plásticas, mas não as tomamos como exclusivas. E prezamos a conversa, o debate de ideias, porque sem um pensamento queer partilhado não pode haver acção concertada. Bem-vindes a esta festa em que celebramos o direito a existirmos e a criarmos tal e qual o que/como somos. Vai fazer toda a diferença.”
A programação completa pode ser consultada neste link.