Não faz muito tempo que os 4 primeiros álbuns de Marcelo D2 foram liberados para streaming. Antes só era possível ouvir Eu Tiro a Onda (1998), A Procura da Batida Perfeita (2003), Acústico Marcelo D2 (2004) e Meu Samba é Assim (2006) em CD, vinil, downloads piratas ou áudios sem qualidade no Youtube. Considerados clássicos e disruptivos no rap brasileiro, principalmente por fugir do habitual e fundi-lo com o samba, esses discos fizeram com que D2 atravessasse as fronteiras do Brasil.
Essa inquietação está no gene artístico do MC brasileiro, que não tem medo de fazer experimentações. O mais recente disco dele, IBORU, mostra que aquela procura iniciada (oficialmente) em 2003 continua ativa.
Agora, ele se une ao trio Sambadrive para revisitar algumas de suas canções mais importantes, produzidas ao longo desses 25 anos de inovações musicais. A aposta nessa parceria é no rap com jazz. O single que abre os trabalhos do álbum Direct-to-Disc, programado para 1 de novembro, é “MD2 (A Sigla no TAG)”, que faz parte de Nada Pode Me Parar (2013). O inflamado jazz-samba-funky, que possui características que se aproximam do sample usado na versão original (“A3”, do Som Imaginário), dá uma amostra do que se pode esperar desse experimento.
As sessões ao vivo foram gravadas em outubro de 2022 no Artone Studio, durante a passagem de D2 por Haarlem, na Holanda. A produção é novamente assinada por Mario Caldato Jr., e o sistema utilizado na captação é o mesmo que intitula o projeto Direct-to-Disc, uma forma de fazer o registro diretamente em discos masters analógicos, o que também mantém a qualidade do momento em que a gravação aconteceu.
Composto por 12 músicas, o álbum também terá versões limitadas em cassete (100 cópias) e LP duplo (200 cópias), existindo ainda um conjunto especial de duplo vinil + livro com o registo fotográfico das gravações assinado por Olivia Arthur (200 cópias).