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Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 07/08/2023

Uma semana de novidades audiovisuais nos terrenos do hip hop e electrónica pela mão de Gonçalo Oliveira.

7 Dias, 7 Vídeos

Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 07/08/2023

Era digital, informação à velocidade da luz. Vídeos e músicas a soçobrar pelas plataformas virtuais. Novidades emaranhadas entre si, confusão sónica, sentidos desorientados. Quem nos guia? Por onde vamos? Para onde vamos?

7 Dias, 7 Vídeos é o resgate audiovisual semanal nos terrenos do hip hop e electrónica. Filtragem de qualidade, barreira contra a poeira que nos cega com tanto de novo, com tanto para espreitar e escutar.


[Injury Reserve] “Bye Storm” & [By Storm] “Double Trio”

Não devem ter sido nada fáceis estes últimos anos para Parker Corey e Nathaniel “Ritchie With a T” Ritchie, que formaram Injury Reserve em 2013 em conjunto com Stepa J. Groggs. Após o desaparecimento precoce deste último, a 29 de Junho de 2020, o grupo manteve-se de pé para editar By the Time I Get to Phoenix (Groggs ainda participou na concepção de todas as faixas deste disco) e cumprir com as datas de apresentações ao vivo que daí advieram — uma delas trouxe-os à Galeria Zé dos Bois, conforme reportámos por cá.

Depois de carregarem todo esse peso às costas, a resolução final não passou, felizmente, por enterrar o projecto, mas antes reformulá-lo para que possa existir uma distinção clara entre o formato de trio e de duo. E é precisamente através de um videoclipe que a transição é feita: “Bye Storm” entra em primeiro lugar e é a última canção lançada sob o nome Injury Reserve, seguindo-se “Double Trio”, que dá as boas-vindas ao grupo agora denominado por By Storm.


[Armand Hammer] “Trauma Mic” feat. Pink Siifu

Pink Siifu em modo NEGRO é a introdução perfeita antes de entrarem os versos combativos de E L U C I D e billy woods, trazedores da ruinosa sentença a que o mundo se encontra destinado, aqui à boleia de um instrumental fabril forjado por DJ Haram. “Trauma Mic” serve principal avanço rumo a We Buy Diabetic Test Strips, o sexto álbum de Armand Hammer, esperado para ver a luz do dia a 29 de Setembro e apetrechado com várias participações interessantes — Pink Siifu regista duas entradas num alinhamento onde se encontram também rimas e batidas cedidas por Moor Mother, JPEGMAFIA, Cavalier, Money Nicca (de Soul Glo), El-P, Kenny Segal ou DJ Preservation.


[Doja Cat] “Paint The Town Red”

Doja Cat pintou a cidade de vermelho com recurso ao sangue que fez derramar no seu mais recente single. Enquanto namorisca Satanás, a MC e cantora californiana mostra-se despreocupada com as polémicas que envolvem o seu nome (“Yeah, bitch, I said what I said / I’d rather be famous instead”), sublinhando ainda de que não necessita de novos fãs para ser feliz nem de usar perucas para continuar a ser bem-sucedida. Uma coisa é certa, a sua sonoridade parece mais aprimorada do que nunca e, no pós-Planet Her, mostra-se cada vez mais centrada na estética neo-soul e r&b, menos dependente das batidas possantes do trap, conforme percebemos através deste “Paint The Town Red” e do seu anterior “Attention”.


[Buruntuma & Dino d’Santiago] “Longe”

Conexão Guiné-Bissau/Cabo Verde/Portugal na fita. O DJ guineense Buruntuma, um dos talentos que têm despontado recentemente nos campos do afro house, faz uso desse amplo caldeirão de influências sonoras lusófonas para conduzir o instrumental usado por Dino d’Santiago nesta inédita colaboração intitulada “Longe”. Sebastian Crayn assina a futurista peça visual que acompanha o tema no YouTube.


[Nia Archives] “Bad Gyalz”

Caso ainda não tenham percebido, temos tido a nave estacionada bem próxima do planeta Nia Archives. Uma das melhores representantes da herança do drum & bass na música pop actual, a DJ, cantora e produtora tem estado em destaque na presente década, incansável no lançamento de singles, EPs e remisturas que invocam a nostalgia nas pistas de dança. De momento a operar sob a alçada da Island Records (uma subsidiária da Universal), “Bad Gyalz” é a segunda nova canção que edita desde o último par de releases de maior dimensão — Sunrise Bang Ur Head Against Tha Wall e Sunrise Bang Ur Head Against Tha Wall (Remixes) sairam ambos no passado mês de Março.


[Stormzy] “Angel In The Marble”

Passo a passo, Stormzy vai mantendo a forma e o protagonismo no actual quadro da indústria musical. Depois de começar o ano ainda a promover o seu último This Is What I Mean, o rapper londrino não meteu férias e já está a editar novas faixas a um ritmo bastante positivo. Falou do seu lado tóxico em “Toxic Trait”, abordou a longa duração do seu sucesso em “Longevity Flow”, tocou no amor em “The Weekend” e agora exibe-se sob a forma de um “Angel In The Marble”, “cinzelado como se Da Vinci tivesse reaparecido em ’93”, discorrendo vários capítulos da sua vida num longo e intenso verso. E embora não tenha sequer passado um ano desde o seu mais recente LP, deixa o aviso: “We still get the work in large amounts / There’s somethin’ comin’ that I can’t announce.”


[Flo Milli] “Fruit Loop”

Poucas MCs têm uma pegada tão vasta deixada ao longo dos últimos três anos, combinando consistência com sucesso da forma como Flo Milli o está a conseguir. Tamia Monique Carter é de Mobile, Alabama, e reúne na sua música as doses certas de irreverência, sanha e doçura. Com Ho, Why Is You Here? (2020) e You Still Here, Ho? (2022) nas ruas, o seu próximo álbum parece concluir as indagações deixadas pelos primeiros: Fine Ho, Stay foi apontado para sair algures no final deste Verão e tem este “Fruit Loop” como prato (ou taça) de entrada.

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