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Fotografia: Sofia Outor
Publicado a: 08/03/2024

Ampliar as vozes de quem nem sempre tem destaque.

“Vê Lá Se Cuidas”: 60 músicas portuguesas para celebrar o Dia Internacional da Mulher

Fotografia: Sofia Outor
Publicado a: 08/03/2024

Dia 8 de Março assinala-se o Dia Internacional da Mulher. Não que não seja necessário celebrar e relembrar a importância desta data nos 365 dias do ano que restam, mas já que ela existe, que seja bem usada.

Olhando para a história, são recentes muitas das conquistas que hoje damos garantidas — o direito ao voto, ao aborto, a possibilidade de estudar, ou escolher que profissão queremos ser. Ainda assim, falta fazer tanto, e vivemos ainda num país e num mundo que não se rege por uma igualdade de género que seja real e material. Os homens repetem-se no ecrã, nos parlamentos, nas playlists de música, nas palestras. Vivemos num mundo que admira e é dominado por homens. Faltam outras narrativas e perspetivas. Falta fazer justiça a todos os silêncios que não se ouviram durante séculos, e que hoje permanecem — o assédio, o abuso, a violência. Falta acabar com os padrões de género impostos pelo patriarcado que nos dizem como ser, como estar, e como sentir. Falta reconhecer que há muito mais para além do binómio rígido do homem e mulher, e que numa sociedade igualitária devem caber todas as pessoas — as não-binárias e as trans. Falta acabar com a distribuição desigual de tarefas entre casais, com a progressão da carreira quase sempre entregue ao homem. Falta que se cumpram sonhos que foram entregues ao sentimento de insuficiência, a estruturas que promovem a desigualdade, e a um mundo que ainda precisa de óculos para ver e reconhecer a força da igualdade. Não é assim tão complicado.

Por tudo isto e por muito mais surge esta lista — de algumas mulheres, mas também pessoas não-binárias com talento, valor a acrescentar na música e que prometem ter sucesso, chegar a mais corpos e corações. É ainda assim um exercício injusto limitar uma lista, pois a verdade é que podiam caber tantas mais. Mas que possa servir da possibilidade de descobrir vozes que devem ser nutridas — pela crítica musical, por organizadores de festivais, pelo público. Porque a possibilidade de termos mais diversidade, essa que deveria ser uma coisa normal, exige que se pare com o vício de banalizar uma indústria feita e dominada por homens, quando há tanta gente incrível para ampliar a voz e dar a capacidade de construir carreiras. Que este trabalho não seja feito só hoje, e que ele se faça todos os dias caminhar para a igualdade.


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