O sexto álbum de Jay-Z foi escolhido pela Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos da América para fazer parte do seu espólio.
Todos os anos, a instituição faz uma selecção de trabalhos que considere “culturalmente, historicamente ou esteticamente importantes para o legado da nação”. The Blueprint junta-se a discos de De La Soul (3 Feet High and Rising), John Coltrane (A Love Supreme), Marvin Gaye(What’s Going On), Run DMC (Raising Hell), N.W.A. (Straight Outta Compton), Public Enemy(Fear of a Black Planet), Lauryn Hill (The Miseducation of Lauryn Hill) ou Gil Scott-Heron (The Revolution Will Not Be Televised).
Lançado no fatídico 11 de Setembro de 2001, o sucessor de The Dynasty: Roc La Familia contém uma série de canções intemporais do rapper nova-iorquino. “Takeover” e “Izzo (H.O.V.A.)”, ambas produzidos por um jovem Kanye West, saltam à vista, mas, olhando para o alinhamento completo, encontramos um conjunto de pérolas que sobreviveram ao teste do tempo. Bink, Just Blaze, Timbaland e Eminem (o único MC creditado para além do protagonista) foram os outros produtores a deixarem a sua marca num dos melhores projectos da carreira de Jigga (algo corroborado pelo próprio).
Depois desse disco, Shawn Carter editou mais sete LPs. No mais recente, 4:44, de 2017, demonstrou que está em boa forma e, sem pretensões de o fazer, certamente, estabeleceu uma ligação com o cancioneiro português, samplando “Todo o Mundo e Ninguém“, do Quarteto 1111, em “Marcy Me”.