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Sara Pinheiro, João Castro Pinto, Mestre André e Ana Guedes foram os artistas chamados a mergulhar, à vez, no arquivo sonoro do Lisboa Soa. O desafio resultou em Sounds Within Sounds, um conjunto de quatro composições originais.
Este trabalho teve por base gravações feitas entre 2016 e 2020, durante as primeiras edições do Lisboa Soa, um festival que se assume primordialmente ecologista, tendo por propósito “valorizar a criação artística contemporânea atribuindo-lhe um contexto social e ecológico, de intervenção directa no espaço, e fomentando a participação de diferentes públicos através da fruição de instalações e performances sonoras, da participação em oficinas de educação auditiva, de encontros e caminhadas focadas no sentido da audição”. Antes do arranque da edição deste ano, Raquel Castro, criadora e directora artística do certame, passou pelas páginas do Rimas e Batidas através de uma entrevista concedida a Rui Miguel Abreu.
Sounds Within Sounds reflecte, por isso, a essência de um festival que encontra na urbana capital portuguesa uma existência naturalmente viva. A partir desses sons que a natureza desvenda, foram compostas quatro composições, designadamente “Efflux”, por João Castro Pinto, artista que procura o experimentalismo há cerca de três décadas, jornada que o levou a um doutoramento (ainda em curso) na Universidade Católica Portuguesa, onde se propôs a estudar a composição da paisagem sonora; “Do que Ressoa”, de Sara Pinheiro, designer de som na área do cinema radicada em Praga; “No Earlids”, pelo Mestre André, artista multi-disciplinar que ainda há bem pouco tempo editou Alambique, disco que assinou sob o alter-ego Notwan que bem conhecemos do trabalho feito com NERVE; e “Splicing_archives_”, de Ana Guedes, escultora de formação que procurou nos Países Baixos aprofundar a sua expressão artística no Royal Academy of Art e no Royal Conservatory of The Hague.
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