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Em contagem decrescente para a chegada de um novo ano, há artistas um pouco por todo o mundo ainda a descarregar material para as malhas digitais de forma a conseguirem deixar marcas em 2024. Dessa fornada que se adensa ao final de cada semana, o Rimas e Batidas escolhe 7 discos que devem manter debaixo de uma rotação mais atenta ao longo dos dias que se avizinham, cobrindo um largo espectro de sonoridades que vão do hip hop à electrónica de cariz mais laboratorial.
Entre os restantes lançamentos do dia, há mais 11 que devem ter em conta para explorar a vosso bel-prazer: André Marques (sailingspaceships), Satiro (888), Samuel Úria (2000 A.D.), Leo Middea (Solo Nights (Live in Europe & Brazil)), Apollo Brown & CRIMEAPPLE (This, Is Not That), Nettspend (Bad Ass F*cking Kid), Raz Fresco (Marvelous Motion), Siete7x (Stucc in the Hole), Richard Milli (Overseas), Bad Tofu, Chuck Strangers & Milc (Affordable Luxuries) e Kassie Krut (Kassie Krut) também editaram novos discos.
[Smino] Maybe in Nirvana
Dois anos após Luv 4 Rent (e com uma passagem por Portugal pelo meio), Smino voltou hoje a agraciar a sua dedicada fanbase com um novo registo de longa-duração. Maybe in Nirvana é mais um tratado de musicalidade por parte de um rapper/cantor que não se deixa confinar apenas dentro da “caixinha” do hip hop, apostando em sonoridades arrojadas para servir os seus cristalinos versos — o trap lúdico de “Maybe In Nirvana” e a fusão jazz-rock de “Hoe-nouns” são exemplos perfeitos do quão fora-da-caixa Smino consegue ser. Thundercat, Ravyn Lenae, Bun B e reggie formam a lista de convidados chamados a auxiliar o nativo de Chicago, que contou ainda com produções de Kenny Beats, monte booker, Sango ou Phoelix.
[Shabaka] Possession
O novo EP de Shabaka Hutchings intitula-se Possession e mergulha nas intersecções do jazz com as paisagens sonoras experimentais e a ideia de colaboração, misturando sons acústicos com elementos electrónicos. Todas as cinco faixas do disco contam com contribuições de artistas como billy woods, E L U C I D, Esperanza Spalding, André 3000 e Nduduzo Makhathini. Neste projecto, Shabaka continua a explorar as transições na consciência e na profundidade criativa, levando em frente uma missão de expansão sonora que já vinha a ser trilhada nos seus registos anteriores enquanto flautista.
[$TAG ONE] GAIATO
Desde o final da década passada que $TAG ONE se tornou num nome a seguir com atenção no panorama do hip hop nacional. O MC de Rio Tinto foi dando provas do seu skill através de um par de EPs, bem como alguns singles e colaborações, sendo que agora se faz à grande prova de fogo que é a edição de um primeiro álbum. GAIATO mostra toda a irreverência que corre nas veias do artista nascido Daniel Figueiredo e é um trabalho que se divide em três actos, percorrendo episódios de vida que captou desde a adolescência até à fase mais madura em que se encontra. O disco vai dar origem a uma curta-metragem (cujo trailer já pode ser visto) realizada pelo próprio $TAG ONE, contará com uma edição física especial que inclui uma garrafa de vinho personalizada e vai ser apresentado em vivo no Ferro Bar, no Porto, a 21 de Dezembro.
[Niagara] De Motu
Os Niagara dão a matéria prima, a Príncipe Discos faz a curadoria e mistura dos sons. Assim é De Motu, uma cassete que nasce de uma selecção de material enviado pelo grupo à editora lisboeta e culmina numa viagem de quase 80 minutos em que a abordagem à música de dança se faz pela via do techno, mas cuja apresentação final procura ser o mais ácida e abstracta possível.
[Kenny Segal & K-The-I???] Genuine Dexterity
K-The-I??? é um dos segredos mais obscuros do hip hop underground norte-americano, um MC que evoca o liricismo denso à la Def Jux com referências geek que vão dos videojogos à ficção científica e que se encontra o activo há já um par de décadas. Hoje surge ao lado de um dos produtores mais emblemáticos da cena alternativa, Kenny Segal, para dar origem ao álbum Genuine Dexterity, que vem selado pela Backwoodz Studioz de billy woods. O próprio woods é um dos convidados do LP (enquanto parte de Armand Hammer) e a ele juntam-se também Curly Castro, Open Mike Eagle ou Fatboi Sharif.
[Ligados às Máquinas] Amor Dimensional
Ligados às Máquinas são uma inovadora orquestra de samples composta por músicos em cadeiras de rodas e originada na Associação de Paralisia Cerebral de Coimbra e estrearam hoje o seu primeiro álbum, Amor Dimensional, pela Omnichord Records. Este trabalho de nove faixas explora temas como conexão, saudade, liberdade limitada e o que significa viver no mundo contemporâneo, desenhando uma narrativa musical que vai do amanhecer ao descanso, passando por momentos de tensão e melancolia reconfortante. A banda reafirma a sua capacidade única de transformar barreiras em arte, cruzando géneros musicais para criar novas fronteiras sonoras. Artistas como Bruno Pernadas, Selma Uamusse, Salvador Sobral, Cabrita, Lavoisier, Joana Gama ou Moullinex ajudam a dar vida a esta obra que vai do hip hop ao rock.
[Phaser] Forever Online
Phaser, nome artístico de Miguel Magalhães Loureiro, lançou hoje o álbum de estreia, Forever Online. Desenvolvido ao longo de três anos, o projecto mistura eletrónica experimental, pop e influências do movimento “PC Music”, explorando a relação entre identidade pessoal e o universo digital com uma abordagem e estética inovadoras. O longa-duração chega-nos três anos após Genesis, a obra que colocou o multi-disciplinar artista sediado no Porto entre os mais promissores talentos da nova música electrónica nacional.
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