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Texto: ReB Team
Fotografia: sannybisquerra
Publicado a: 11/06/2021

Cultura, black metal 2.0 e funk italiano.

Sexta-feira farta: novos trabalhos de kezia, Dean Blunt, Calibro 35, Alessandro Cortini, Migos e Skyzoo

Texto: ReB Team
Fotografia: sannybisquerra
Publicado a: 11/06/2021

Itália pode não ser o destino de férias mais exótico, mas, em termos musicais, não é todas as semanas que as nossas escolhas passam por lá (e desta vez é logo em dose dupla). Porém, a grande parte do que vão encontrar por aqui tem fortes ligações com os EUA — por mais que tentemos fugir, há sempre novidades gulosas que não nos deixam escapar.

Querem mais? DJ Cirofox (Fox dos Fox’s), Croatian Amor & Scandinavian Star (Spring Snow), Polo G (Hall of Fame), Euphonic Rhythms (Rhythmia, Vol. III), Pi’erre Bourne (The Life Of Pi’erre 5), Larry June (Orange Print), Your Old Droog (TIME) e Bobby Sessions (Manifest) dão-vos mais.



[kezia] claire

Cinco anos após um teste-piloto no SoundCloud, kezia voltou. A tanzaniana-americana edita hoje claire, o seu primeiro EP, pela promissora chancela NEVER SEVEN (também casa da artista Joviale). É geração Z, o que explica não só a caixa plástica de CD na capa, mas o torpor com que a música se anuncia. São canções açucaradas de desejo concomitante à alienação: “south!”, por exemplo, é a sua “ode ao broche” e contém a nada inquietante questão: “Will you walk into the fire/ Or will you walk out of my life?”; letras como “FaceTime like the FBI ain’t watching us” completam o bingo. Tudo num preparado de neo-soul e pop-rock doméstico, que apesar de listar referências (My Chemical Romance e Fela Kuti), funciona sem reverências.



[Dean Blunt] BLACK METAL 2

O homem é um mistério. Conhecemo-lo, em tempos recentes, de liderar os Blue Iverson (um stencil de Lauryn Hill a guardar soul quieta, ardente) e outros projectos em que não é (só) Dean Blunt mas sim Babyfather, Hype Williams ou @jesuschrist3000ADHD. Agora, um ano depois do disco ZUSHI, edita a sequela do álbum que, em 2014, o consagrou nos círculos da imprensa, numa clara continuação do som hipnagógico, indolente mas alerta – um ar pesado, estranhamente reconfortante, nunca dominante, que ressignifica o que pode ser black metal.



[Calibro 35] Post Momentum

Sabem o que é funk cinemático? É exatamente o que o nome sugere; caso restem dúvidas, deixem que os Calibro 35 os vossos apresentadores. Já os poderão ter ouvido em faixas de Dr. Dre ou Jay-Z, através de samples que repescam o seu repertório – que começou, por sua vez, com o propósito de recuperar música de filmes do estilo exploitation, à moda italiana (os chamados poliziotteschi). Desde então, têm gravado álbuns e bandas sonoras; o EP Post Momentum é o disco mais recente de um grupo que continua na labuta, com paisagens sonoras que convidam mais ao Verão à esplanada do que ao italo-crime. Ou porque não ambos?



[Alessandro Cortini] SCURO CHIARO

Hoje há Nine Inch Nails no ReB… bom, não exactamente, mas não seria sacrilégio algum. Temos apenas um membro: Alessandro Cortini, o italiano encarregue do baixo, da guitarra e das teclas nos NIN. Para a sua décima excursão discográfica em nome próprio, o músico traz a sapiência nas cordas e nos sintetizadores (com uma unidade personalizada de instrumentos e efeitos sonoros feita pela empresa Make Noise). Pensem John Carpenter meets Oneohtrix Point Never, mas não demasiado, que isto parece música propensa a sonhos lúcidos, passos furtivos e desconfiança geral. Um disco, diz o próprio Cortini, sobre “a decisão consciente de tentar ser positivo, de lutar pela felicidade, aceitando ao mesmo tempo o facto de que nem toda a felicidade é positiva.”



[Migos] Culture III

Em 2017, Nuno Afonso escrevia que o primeiro volume de Culture trazia “ousadia que merecia aplauso” por transportar “alguma matéria do trap – um género essencialmente das ‘margens’ – para um público de maior espectro”. Esse tomo inicial garantir-lhes-ia o estatuto de super-estrelas, algo que seria consolidado em Culture II, “uma espécie de resumo para o presente do colectivo”, dizia-nos Manuel Rodrigues em 2018. Ao terceiro volume, o trio Migos rodeia-se de alguns velhos conhecidos como Drake ou Cardi B e tenta manter o estatuto conquistado nos últimos anos. Será que conseguirão fazê-lo?



[Skyzoo] All The Brilliant Things

Chega com o selo da Mello Music Group e é um disco repleto de colaborações: Skyzoo chamou nomes como Karriem Riggins, STLNDRMS, BJ The Chicago Kid, Raheem DeVaughn ou Blakk Soul para oferecer rap confessional de alto calibre com sabor nova-iorquino.

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