pub
Energia, poder e vibração. Puxamos o mote dado pelo novo trabalho de Xinobi (em colaboração com Lazarusman) para fechar mais uma semana que não trouxe consigo as melhores notícias, pelo contrário. O escape aqui é a música: a coolness de Erick The Architect, as explorações de Caroline Shaw, o rap com rock lá dentro dos TH1RT3EN de Pharoahe Monch, a energia trap de Capo Plaza e os “deuses” latinos Anuel AA e Ozuna são a solução que apresentamos. À falta de melhor, o melhor é ficarem por aqui e protegerem-se durante um bocado.
[Erick The Architect] Future Proof EP
Um aperitivo antes de chegar o prato principal: é isto que significa o curta-duração que Erick The Architect acaba de revelar, que antecipa um longa-duração com o mesmo título. Directamente afectado pela pandemia, Future Proof EP marca a sua saída temporária do trabalho de equipa com os Flatbush Zombies, mas o processo não deixa de ter muita colaboração (com o Reino Unido bem presente): Loyle Carner, FARR, Col3trane, Pip Millett e Sophie Faith são os convidados.
[Dawn Upshaw, Gilbert Kalish, Sō Percussion] Caroline Shaw: Narrow Sea
Quantas vezes temos vencedores do prémio Pulitzer nesta lista? (Podia ser menos raro, se Kendrick Lamar resolvesse o impasse…) Eis um espécimen: a compositora, vocalista, violinista e produtora Caroline Shaw. A composição central Narrow Sea, que dá título ao disco, é interpretada pelo quarteto nova-iorquino Sō Percussion, a soprano Dawn Upshaw e o pianista Gilbert Kalish. Para convocar imagens aquáticas e de passagem entre mundos.
[TH1RT3EN] A Magnificent Day For An Exorcism
Se nos é familiar o macramê rimático de Pharoahe Monch, talvez não tão conhecidos sejam o baterista Daru Jones (amigo de Jack White) e o guitarrista Marcus Machado. Apresentam-se em trio – TH1RT3EN –, um colectivo cansado da supremacia branca, da brutalidade feita trivial. Apesar da capa monocromática e do tema de protesto, A Magnificent Day for an Exorcism não é tão opaco quanto sugere: é a condenação da ignorância e o cuspo, claro. Mas também são, como ouvido no concerto Tiny Desk, os grooves sérios e as implosões que prefiguram qualquer coisa de melhor. Talvez.
[Capo Plaza] PLAZA
Caso ainda não tenham reparado, o trap tomou conta do mundo e, obviamente, a Europa não é excepção. Em Itália, Capo Plaza tornou-se uma das suas grandes figuras, algo facilmente corroborado pelos convidados do seu segundo álbum, os americanos Gunna, Lil Tjay e A Boogie Wit da Hoodie, o conterrâneo Sfera Ebbasta e o alemão Luciano.
[Xinobi & Lazarusman] Energy. Power. Vibe.
House permissiva e peremptória pela mão de Bruno Cardoso, o DJ e produtor que conhecemos como Xinobi. A capa de Energy. Power. Vibe. pode sugerir agitprop (e estamos em tempo de propaganda assumida), mas trata-se realmente de uma brochura de platitudes à volta da música de dança, cortesia do poeta sul-africano Lazarusman. E com a tensão consideravelmente mais alta do que na sua primeira colaboração, “See Me” de 2016.
[Anuel AA, Ozuna] Los Dioses
Los Dioses junta os dois amigos e colaboradores Anuel AA e Ozuna, rappers de Porto Rico que se viram subir das ruas — da pobreza, dos sonhos e da desolação — até aos palcos do mundo. Dois senhores do reggaeton, o primeiro inclinado para as rimas duras e o segundo mais perto do espectro pop, numa auto-condecoração conjunta.
pub