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Texto: ReB Team
Fotografia: Hangman Photo Studio
Publicado a: 11/09/2020

Que tipo de fantasma preferes?

Sexta-feira farta: novos trabalhos de Conway, Lucy & Raze, Knucks, Grip, Lucrecia Dalt e Mana

Texto: ReB Team
Fotografia: Hangman Photo Studio
Publicado a: 11/09/2020

A casa do terror está aberta e a banda sonora inclui, por razões diferentes, From King To A GOD, Asa Nisi Masa e No era sólida. Para cabeças diferentes, diferentes sentenças, vivências e resultados. Fora de sustos, há ainda um especial interesse por rap que não se faz de números mas de consistência e relevância: Capitulo Segundo, London Class e PROBOSCIDEA encontram-se aí para consumo imediato mas digestão lenta.

Reks (T.H.I.N.G.S.), Grutera (Aconteceu), YoungBoy Never Broke Again (Top), Beastie Boy (Aglio E Olio) e Freeze corleone (LMF) ficam na reserva, à espera de uma vaga para entrarem.



[Conway The Machine] From King To A GOD

Se o COVID-19 assim o permitir, a Griselda estreia-se no próximo ano em Portugal, na primeira edição europeia do Rolling Loud. Isso traduz-se numa oportunidade única para ver ao vivo um dos melhores MCs da actualidade, Conway, uma máquina que está a ter um 2020 absolutamente fantástico.

Depois de LULU e No One Mourns The Wicked, From King To A GOD é mais um pontapé na porta do rapper de Buffalo e, ao contrário dos outros, o disco não é produzido por uma única pessoa, distribuindo as tarefas de produção por nomes como Daringer, Hit-Boy, Beat Butcha, Havoc, Murda Beatz, Erick Sermon, Khrysis e DJ Premier.



[Lucy & Raze] Capitulo Segundo

Quando Allen Halloween anunciou o fim da sua carreira, abriu-se uma cratera gigante no hip hop português. No entanto, existem maneiras para tentar atenuar a falta que esse gigante faz no panorama nacional: podemos começar por Capitulo Segundo, disco que conta com rimas do seu parceiro de estrada, Lucy.

As linhas podem cozer-se com outros materiais, mas a finalidade é a mesma: colocar alguma luz nos becos escuros das ruas e das mentes. Com beats de Raze, produtor de Tomar, e participações de J Cap, Ruze, Drunk Master, Scúru Fitchádu, Chapz, Camboja ou Mr. Razor, o rapper de Odivelas atira-se ao segundo volume da série iniciada em 2018 e consegue esculpir um dos seus registos mais sólidos até aqui.



[Knucks] London Class

É bem possível que “Home“, tema lançado em 2019, acabe em muitas das listas de melhores músicas de rap britânico da década — e justamente. Um som drill-que-não-é-bem-drill meteu-o à parte de todos, num canto só seu, mas Knucks não se refugiou aí: a classe de Londres é diferente e ninguém é só uma coisa por lá.

O EP, que é composto por 12 faixas, convida a essa diferença que é, na verdade, uma procura pelo equilíbrio entre o velho e o novo. Sam Wise, Loyle Carner, Venna, kadiata e KXYZ acompanham-no nesta jornada que vai servir a todos aqueles que apreciem talentos como IAMDDB. ou Octavian.



[Grip] PROBOSCIDEA

Snubnose, fantástico álbum editado no ano passado, escancarou algumas portas para Grip, rapper de Atlanta, Geórgia, que se tem focado em construir canções (e discos) conceptuais com narrativas intrincadas.

Depois da pandemia roubar-lhe um ano com uma agenda preenchida, o MC virou-se para os EPs: HALO, o primeiro, saiu em Abril, sendo sucedido por PROBOSCIDEA, produzido por Tu!, que junta três futuras estrelas de Atlanta em “GRIP 3​:​16”: J.I.D e Kenny Mason.



[Mana] Asa Nisi Masa

Se sai com o selo da Hyperdub, pára tudo. Daniele Mana, que antes assinava como Vaghe Stelle, deixou cair o primeiro nome e assumiu-se produtor de mão-cheia nos últimos anos, assinando um LP (Seven Steps Behind) e um EP (Creature) pela editora liderada por Kode9.

O músico e produtor italiano repesca uma frase do filme 8 1/2, realizado por Federico Fellini, para o título deste novo álbum que foi, em grande parte, construído durante o período pandémico. Para quem anda à busca de algo que se encontre a música clássica e as bandas sonoras italianas dos finais dos anos 80/inícios dos anos 90 e Jon Hassell e Ryuichi Sakamoto, fiquem por aqui.



[Lucrecia Dalt] No era sólida

Brincar com fantasmas, ilusões e o oculto parece bastante perigoso, mas e se fizermos isso através da música? Lucrecia Dalt, artista nascida na Colômbia e a viver actualmente na Alemanha, fá-lo com mestria a partir de “murmúrios inconscientes, oscilações cósmicas e percussões imprevisíveis”.

Quando carregarem no play, não se assustem: não é uma assombração, é mesmo o novo álbum de Dalt.

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