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Numa época em que concertos propícios para o corpo-a-corpo não são permitidos, nada como uma injecção especial de música ao vivo dos Buraka Som Sistema para nos fazer transpirar em casa enquanto pensamos: “quando é que vamos poder voltar a dançar sem medos nem riscos?” E não é aí que terminamos a nossa dose diária de nostalgia — da Califórnia chegou mais uma aplicação desse soro de passado.
As restantes escolhas não vão para trás, mas alojam-se no presente com os pés bem assentes na terra. Às vezes também é preciso isso…
[Buraka Som Sistema] Buraka 4 Ever
“(…) o nosso propósito era simples: erguer pontes culturais que nos ajudassem a identificar e aproveitar tudo aquilo que estava a ser feito musicalmente no espaço que ocupávamos”, escrevem os Buraka Som Sistema no comunicado que anuncia este álbum ao vivo, de celebração. Nada mudou na filosofia dos Buraka Som Sistema, que sedimentaram um novo panorama musical orgulhosamente afro-português. Estão inactivos desde 2016, ano em que deram um concerto de despedida nos Jardins da Torre de Belém, cujo arquivo fica finalmente disponível em Buraka 4 Ever.
[Marisa Monte] Portas
Fora o revival dos Tribalistas, as Portas de Marisa Monte marcam o seu primeiro disco desde 2011. Alinhavado desde começos de 2020, o álbum foi sujeito ao compasso de espera COVID-19 – e o desejo de formar uma nova banda em Nova Iorque deu lugar a gravações via Zoom. O núcleo da cantautora juntou-se no Rio de Janeiro, abriu portas à mestria de Arthur Verocai e, de Lisboa, recebeu arranjos de Marcelo Camelo. É um disco humano e leve, que Mauro Ferreira do G1 descreve como uma síntese da sua carreira de mais de 30 anos, de MPB vitaminada e vital.
[Declaime x Madlib] In the Beginning Vol.1
Nunca nos fartamos de ouvir a música de Madlib. Nova, antiga, seja de que altura for, o estado de espírito é sempre o mesmo: venha mais. Por isso mesmo, este regresso aos esforços iniciais do produtor (que aqui une esforços com Dudley Perkins aka Declaime) são um brinde para quem acompanha de perto o seu percurso. E não é difícil adivinhar que o que vão encontrar são instrumentais de outro mundo…
[G Herbo] 25
De Chicago, G Herbo continua a confessar-se nas suas canções: em 25, os desabafos de um sobrevivente são 19, rodeando-se de poucos convidados para fazê-lo — 21 Savage, Rowdy Rebel, Gunna, The Kid LAROI, Polo G e Lil Tjay dão um ar da sua graça. O rapper surge, mais uma vez, de coração na boca para falar dos traumas que deixaram marcas profundas — mas que não o impedem de falar a sua verdade.
[Tekilla] Olhos De Vidro
Oito anos depois de Erro Perfeito, Tekilla regressa ao formato longa-duração com Olhos De Vidro, álbum editado pela Batakari, subsidiária da BBE Music. Papillon, Dino D’Santiago, AMAURA, Fred Pinto Ferreira e Sara SoulFull são alguns dos nomes que aparecem creditados neste conjunto de 15 novos temas.
[Laura Mvula] Pink Noise
Ao seu terceiro álbum, a inglesa Laura Mvula rende-se à pop oitentista para conquistar estádios – numa entrevista ao Evening Standard, a jornalista quis compará-la a Hounds of Love de Kate Bush, mas Mvula preferiu puxar a brasa para Phil Collins. “Foram três anos de espera, de lutar e morrer, de vazio e, finalmente, uma explosão de som”: assim descreve o seu Pink Noise, o seu regresso aos discos desde que a sua antiga editora a despediu por e-mail.
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