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Em sistemas democráticos, há um poder (mesmo que pequeno) concentrado em cada um de nós. Existindo liberdade, cada escolha tem um peso, mesmo que, por vezes, isso não se sinta da maneira que desejaríamos no panorama geral. Todas as semanas, por aqui, há uma selecção que, obviamente, contém um peso: dar destaque a uns e não a outros é a maneira como exercemos essa liberdade. Em semana de eleições, façam um favor a vocês mesmos: no domingo, para quem ainda não o fez, votem. Exerçam o vosso poder.
Como em qualquer boa “máquina”, nem todo o foco deve passar somente pelos “grandes”: PinkPantheress (to hell with it (Remixes)), The Legendary Tigerman (Última Hora – Original Soundtrack), Miramar (Miramar II), Fleezus & CESRV (Victorium), Dust Devices vs johnfaustus (The Earth Portal) e Orquestra Jazz de Matosinhos (After Midnight) apresentam alternativas válidas.
[Amber Mark] Three Dimensions Deep
A Pitchfork chama “pop-r&b” àquilo que Amber Mark faz e, se procurarmos uma definição de uma maneira muito resumida, não estará longe de estar certa. Em Three Dimensions Deep, o seu álbum de estreia e projecto que sucede aos EPs 3:33am (2017) e Conexão (2018), a cantora continua a sua procura por respostas, deixando-se maravilhar por aquilo que descobre pelo caminho.
[Babyface Ray] FACE
É um dos nomes mais badalados da entusiasmante cena rap de Detroit nos dias de hoje e acaba de lançar o seu novo projecto, FACE. Recentemente, Earl Sweatshirt disse: “Babyface Ray raps like a slick magician”. Conseguimos compreender: há uma certa magia na maneira como coloca e entoa as palavras — e um certo arrojo nos beats que escolhe para desfilar feitiços rimáticos. E ter Yung Lean e Pusha T no mesmo álbum…
[Greg Spero] The Chicago Experiment
Greg Spero (piano), Makaya McCraven (bateria), Marquis Hill (trompete), Joel Ross (vibrafone), Jeff Parker (guitarra), Darryl Jones (baixo) e Irvin Pierce (saxofone tenor ) formam o luxuoso elenco que representa Chicago na nova “experiência” editorial da editora Ropeadope. Improviso e destilação em doses iguais para se compreender que música (e que jazz, em particular) se faz na “cidade ventosa”.
[Your Old Droog & Tha God Fahim] Tha Wolf On Wall St 2: The American Dream
Em 2021, há praticamente um ano, Your Old Droog & Tha God Fahim davam o passo mais sério na sua relação, lançando o primeiro volume de Tha Wolf On Wall St. Um mês depois, a coisa ficou ainda mais séria com Tha YOD Fahim. Ao contrário dos seus antecessores, Tha Wolf On Wall St 2: The American Dream não tem colaboradores nas rimas, só Droog e Fahim a gladiarem-se com versos. O sonho americano? Deixem estar…
[Samm Henshaw] Untidy Soul
“Soul-pop caloroso e imbuído de gospel”. Era assim que Pedro João Santos nos apresentava Samm Henshaw aquando da sua passagem pelo NOS Alive, em 2019. Nessa altura já nos falava num álbum que estaria a preparar: “Neste momento, o mais importante é trazer esperança — é essa a única coisa que quero trazer às vidas das pessoas. Muita gente acha que [a esperança] não existe de momento, não a conseguem ver e portanto, para mim, isso é algo que eu quero fazer, [para além de] contar histórias, trazer alegria e felicidade… e um pouco de… aquele sentimento de não estares sozinho naquilo que estás a passar. Quero trazer muita esperança e reconforto, e às vezes precisas de um artista — esses seres humanos [supostamente] intocáveis — que o faça”. Digam-nos lá: Untidy Soul é isso?
[Nija] Don’t Say I Didn’t Warn You
Nija avisou-nos. E não foi só agora, com Don’t Say I Didn’t Warn You, que o fez. Em 2019, num dos temas de The Lion King: The Gift, “MY POWER”, ao lado de Beyoncé, Tierra Whack e Moonchild Sanelly, ela até fez questão de cantá-lo. Antes disso (e nos anos que se seguiram) escreveu para a Bey, Cardi B, 21 Savage, Megan Thee Stallion, Summer Walker, Ariana Grande, Teyana Taylor, entre muitos outros. Que dizem? Vamos ouvir ou não?
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