A SMUP prepara-se para receber na mesma noite Scúru Fitchádu e Prétu, dois artistas com várias interseções em comum e que pela primeira vez se apresentam ao vivo no mesmo alinhamento. O concerto está marcado para o próximo dia 22 de abril às 21h30 e os bilhetes custam 8 euros.
Inspirado nos movimentos revolucionários de libertação africana e na dimensão subversiva da oralidade, Scúru Fitchádu regressa à SMUP com o seu novo e desafiante álbum Nez txada skúru dentu skina na braku fundu. “Um disco combativo e de apelo à descolonização do pensamento”, como declarou ao Rimas e Batidas, e onde o também autor de Un Kuza Runhu resgata, resignifica e projeta a poética da guerrilha, num amplo comentário sobre o presente, carregado de desafio e provocação, subversão poética e novas experimentações sonoras.
À sua viagem sonora e visual junta-se o afronauta Prétu, projeto sonoro, visual, teatral, performático e pan-africanista de Chullage, através do qual procura e desafia novos guerrilheiros frente ao “metaverso imperial, previsível e vigiado”. Prétu apresentará o seu “Objeto Sónico Não Identificado”, onde o tempo “é encolhido, esticado, acelerado e desacelerado, corrido em várias direções, sobreposto, loopado, espiralizado, warpado”, explica um comunicado. Como não existe gravidade, nem mapa definido, o artista da Margem Sul propõe uma viagem onde se navega à vista, “através de tecnologia ancestral africana em busca da profetizada ‘Strela Negra’”.