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Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 19/10/2019

O saxofonista português lançou o seu álbum de estreia no ano passado.

Ricardo Toscano: o solo no concerto de STK, as referências Glasper, Coleman e Akinmusire e a vontade de colaborar com rappers portugueses

Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 19/10/2019
Incluído na orquestra que acompanhou Sam The Kid no Coliseu de Lisboa, Ricardo Toscano teve o seu momento de destaque: um solo no final d’”O Recado”, canção que pertence a Sobre(tudo), o segundo álbum do MC e produtor de Chelas. O jovem prodígio do saxofone (que, entre outras datas, vai actuar em dose dupla na edição deste ano do Outono em Jazz) falou sobre a sua contribuição para uma noite memorável e a possibilidade de “desenhar um projecto onde desse para explorar” a ligação rap-jazz.

Como é que surgiu o convite para tocares neste concerto? O convite surgiu por parte do maestro da orquestra, o Pedro Moreira, que é um músico multifacetado e, desta vez, escreveu todos os arranjos. Mas normalmente é saxofonista de jazz e um brilhante compositor. Já conhecias a obra do Sam The Kid? Eras fã? Já conhecia algumas coisas. Confesso que não estava completamente dentro de todos os êxitos e da sua carreira. Mas, tendo 26 anos, foi uma presença forte na minha adolescência. Todos os meus amigos de escola eram/são mega fãs do Samuel. Só que, enquanto os meus amigos estavam a ouvir a música do Samuel, eu estava a estudar música clássica e a devorar discos de jazz. Não deu para tudo naquela altura. Mas, depois deste concerto, fiquei fã. Ontem foi uma experiência arrepiante sentir o amor de 5000 pessoas por um hardworker e mestre da sua forma de arte. Honestamente deu-me mais esperança no que estou a fazer. Ficaste encarregue do solo da faixa “O Recado”. Quais foram as indicações que tiveste e como é que decidiste a abordagem final? Tive ali os meus segundos de oportunidade para fazer o que gosto. Improvisar! Quem me dera ter tido essa oportunidade em mais temas. As indicações foram: “faz aí a tua cena”. E assim foi. A colaboração com rappers portugueses é algo que tens vontade de fazer ou está longe dos teus planos? Fiquei com vontade. Sempre tive essa ideia, especialmente porque o jazz e o rap estão muito ligados desde sempre. Ainda por cima o jazz é super usado nos samples. São ambos estilos de música de intervenção. Música que provoca. Tenho estado mais atento ao trabalho que o Common tem feito com o Robert Glasper. O Steve Coleman também colabora bastante com rappers. O Ambrose Akinmusire também. Gostava de desenhar um projecto onde desse para explorar essas hipóteses. Talvez daqui a algum tempo. Mas gostava mesmo de poder dar o meu contributo artístico aos nossos rappers (partir altos solos por cima daquele groove, ontem apetecia-me fazer isso em todos os temas!).
Ricardo Toscano: “Há sempre espaço para quem é sério e se dedica mesmo a isto”
 

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