pub

Texto: ReB Team
Fotografia: Pedro Lopes
Publicado a: 23/09/2020

Dos subúrbios lisboetas para o Porto.

Os “geeks do contexto” vão apresentar Crooked N’ Grinded no Passos Manuel

Texto: ReB Team
Fotografia: Pedro Lopes
Publicado a: 23/09/2020

No dia 3 de Outubro, às 18h30, Maria e DarkSunn tiram Crooked N’ Grinded da cassete e levam o projecto para palco. A dupla vai mostrar as faixas da split tape no Passos Manuel, no Porto, com o acompanhamento de Vasco Completo (uma das mais recentes contratações da Monster Jinx) na guitarra.

Há a promessa de um “live act cheio de máquinas, samplers e drum loops“, numa viagem que leva os produtores de Alverca e Almada para o coração da cidade Invicta. Existem apenas 89 lugares disponíveis e duas modalidades de preços para entrar no evento: 5 euros para comprar apenas o bilhete, 10 euros para garantir o bilhete e uma K7.

Na 27ª ronda da Oficina Radiofónica, Rui Miguel Abreu escrevia, entre outras coisas, o seguinte sobre o trabalho colaborativo:

“Maria é um dos mais poéticos beatmakers da nossa praça, um tipo que ouviu Shadow e FlyLo, como tantos da sua geração, mas que parece ter arranjado espaço na sua biblioteca íntima de referências para aquela melancolia que é tão tuga como o fado (escute-se, por exemplo, “No Complys and Power Slides”). Com um perfeito domínio das mais hipnóticas cadências, Maria, que também sabe equipar sempre as suas composições de sólidas fundações rítmicas, é sobretudo um imaginativo melodista, capaz de com enorme naturalidade conceder uma dimensão cinemática às suas peças que soam frequentemente a bandas sonoras para filmes que Michael Mann ainda não teve tempo de fazer.

DarkSunn é farinha de outro saco. Claro que partilha com Maria (e, já agora, com outros “primos” da família Roxa) os mesmos códigos arcanos do hip hop sub-100 BPMs, a mesma paixão por texturas fumarentas, mas talvez ele se distinga do seu companheiro nesta aventura Crooked N’ Grinded por um mais generoso recurso a samples, soando por isso mesmo a sua música mais devedora de uma linhagem clássica do que a de Maria. Onde um é mais Shadow o outro poderá soar mais Dilla, onde um é mais FlyLo, o outro poderá tender mais para o lado de um Daedelus, por exemplo. E ambos oram igualmente com devota regularidade na igreja de Madlib, pois claro.

Pela sua veia samplística, DarkSunn afirma-se facilmente como o mais “psicadélico” da dupla (ouça-se a pequena maravilha que é “Mandalorian Death”, por exemplo), e também aquele que mais protagonismo na mistura oferece à bateria: os seus “drums” são sempre musculados, bem programados (atentem à lição que é “Abraxas”), afirmando-se como graníticas bases para edifícios erguidos com relevante matéria resgatada a rodelas preciosas de soul, jazz, de bandas sonoras, respeitando portanto o ADN tradicional de um género que, e esse é o toque diferenciador na arte de DarkSunn, tem conhecido dramáticas evoluções de que o produtor também está perfeitamente a par.”


pub

Últimos da categoria: Curtas

RBTV

Últimos artigos