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Evángelos Papathanassíou, homem de apelido com complicada pronúncia que colhia tanto vénias como ódios, morreu aos 79 anos. Segundo a Rolling Stone, o músico deixou-nos na passada terça-feira à noite.
Não é preciso ter crescido nos anos 80 ou ser um fanático desportista para conhecer a sua olímpica composição “Chariots Of Fire” — que popularizou o sintetizador Yamaha CS-80 e que foi composta para o filme homónimo de 1981 e lhe valeu um Óscar —, não fosse o tema hoje recuperado por toda uma geração que o usa de forma humorística pelas redes sociais ao associá-lo a corridas desastrosas ou trambolhões virais.
Falando em reciclagem musical, Vangelis fundou com outro agridoce compositor, Demis Roussos, os psicadélicos Aphrodite’s Child, conjunto presente em qualquer banca de discos em segunda mão pelo país (e que tanto o português Ace como o canadiano Caribou samplaram).
Vangelis está, ao lado de Hans Zimmer, John Carpenter ou os alemães Tangerine Dream, no altar de músicos que colocaram a composição electrónica na sétima arte, tal como Wendy Carlos (que fez a banda sonora de Laranja Mecânica).
O disco L’Apocalypse Des Animaux, de 1973, é um dos primeiros registos a solo do grego e marca o seu arranque nas BSOs de sonoridades sintéticas (neste caso para documentários sobre a vida animal e a natureza).
Por toda a década, Vangelis associa a composição clássica e o seu conhecimento jazzístico aos sintetizadores e saem discos de autêntica improvisação electrónica como The Dragon ou Hypothesis, ambos gravados em 1971 mas só lançados em 1978, reza a história, sem a sua permissão.
Ainda no século passado, a banda sonora de Blade Runner destaca-se na sua discografia e estes pedaços aqui descritos da sua carreira — e não o todo — são ainda hoje influências directas para novos produtores como o americano Mac Quayle (Mr. Robot) ou holandês Jacco Gardner.
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