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Texto: ReB Team
Fotografia: Tim van Veen
Publicado a: 24/09/2022

O espírito acima de tudo.

Morreu Pharoah Sanders, um gigante do jazz, aos 81 anos

Texto: ReB Team
Fotografia: Tim van Veen
Publicado a: 24/09/2022

Este sábado, dia 24 de Setembro, em Los Angeles, Pharoah Sanders faleceu rodeado daqueles que mais amava. Tinha 81 anos. A notícia foi confirmada pela Luaka Bop, editora que lançou no ano passado Promises, o álbum que o importante saxofonista fez com o produtor britânico Floating Points e a The London Symphony Orchestra.

Esse disco editado em 2021 (e gravado em 2019) foi o último sopro criativo de Sanders. “O tom do saxofonista que Ornette Coleman declarou ser o melhor tenor de sempre é deveras especial, uma ‘voz’ nobre e funda, orgulhosa das suas próprias ‘rugas’, marcada pelo tempo, mas tão leve quanto o próprio vento. Há, aliás, momentos em que a respiração de Sanders através do seu bucal chega e sobra para nos mostrar de que sopro vital se faz afinal a sua alma”, escrevia-se por aqui sobre a sua prestação, reforçando-se logo de seguida que era digno de nota que “continue a vibrar desta forma tão pura e intensa, sendo capaz de nos enredar no seu pensamento traduzido em ar, erguendo-nos com a mesma facilidade com que um sopro faz levitar uma pena”.

Nascido em Little Rock, Arkansas, em Outubro de 1940, Farrell Sanders teve como primeiras referências Harold Land, James Moody, Sonny Rollins, Charlie Parker e John Coltrane. Com este último viria a gravar vários álbuns como Ascension (1965), Meditations (1966) e Kulu Sé Mama (1967). Antes disso, o tenorista trabalhara com Don Cherry, Billy Higgins ou Sun Ra (ter-se tornado “faraó” foi uma “prenda” deste).

Depois da morte do autor de A Love Supreme, em 1967, o músico tornou-se uma das principais figuras ligadas ao jazz mais conectado com a espiritualidade, assinando discos (todos pela Impulse!) como Karma (1969), Summun Bukmun Umyun (1970), Thembi e Black Unity, ambos de 1971, ou contribuindo para Journey in Satchidananda, relevante trabalho de Alice Coltrane editado no início da década de 70, ou projectos de McCoy Tyner, Sonny Sharrock, Idris Muhammad, Leon Thomas e Gary Bartz.

A editora lisboeta Clean Feed colocou o seu selo em dois registos com a sua participação, Spiral Mercury e Primative Jupiter — tanto um como outro são resultado da gravação da sua passagem pela edição de 2013 do Jazz em Agosto a convite de Rob Mazurek.


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