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Foi no dia do seu 85º aniversário que uma paragem cardíaca o tirou deste mundo: na passada sexta-feira, dia 3 de Junho, o trombonista e compositor Grachan Moncur III morreu em Newark, Nova Jérsia.
Moncur III nasceu em Nova Iorque no ano de 1937 e cresceu onde acabou por falecer, passando uma temporada na Carolina do Norte para estudar trombone no Laurinburg Institute — a paixão pela música veio do pai, o baixista Grachan Moncur II — antes de voltar à cidade onde nasceu para aplicar o que aprendera com a banda de estrada de Ray Charles.
Nos anos 60, o músico assinaria álbuns que marcariam a história da editora Blue Note e do próprio jazz, Evolution e Some Other Stuff, o primeiro com Lee Morgan, Jackie McLean, Bobby Hutcherson, Bob Crenshaw e Anthony Williams; o segundo com Wayne Shorter, Herbie Hancock, Cecil McBee e Williams. Devolveria o favor a Hancock em My Point of View, a Shorter em The All Seeing Eye e a McLean em One Step Beyond e Destination… Out!, deixando ainda a sua marca em discos de William Parker (In Order To Survive) ou Archie Shepp (Mama Too Tight e The Way Ahead). Ou até contribuindo com música para Blues For Mister Charlie, peça de teatro da autoria de James Baldwin.
Tendo em conta o impacto que teve com esse seu impressionante catálogo (os universos do pós-bop e do free jazz que o digam), a expressão (e expansão) artística do trombonista foi crucial para alguns dos músicos de jazz que apareceriam nas décadas que se seguiriam. Em jeito de homenagem, James Brandon Lewis, que vai actuar no gnration, em Braga, em Julho, escreveu no Twitter: “Uma vez, eu toquei uma composição do Grachan Moncur com o próprio a conduzir e ele gritou-me ao ouvido, ‘não é sobre as notas, é sobre a emoção’.”
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