pub
A uma semana da dose tripla de concertos em Portugal, Marcelo D2 anunciou Iboru, um novo álbum que deverá sair durante o primeiro semestre deste ano.
Com samba no pé e fé na voz, enaltecendo o que o povo brasileiro tem de melhor; é assim que Marcelo D2 nos apresenta “Povo de Fé”, o seu mais recente single e que serve de aperitivo para o sucessor de Assim Tocam os MEUS TAMBORES. O videoclipe foi realizado por PUPILA DILATADA, produtora de Marcelo D2 e Luiza Machado, e está disponível para ser visto apenas no Facebook — chega às restantes plataformas no dia 20 de janeiro.
“Quem veio antes abrindo o caminho para quem quer chegar” é o mote desta música que, segundo o comunicado endereçado ao Rimas e Batidas, apresenta uma nova sonoridade de afro samba digital, escrita em parceria com o historiador Luiz Antonio Simas. Enaltecendo o espírito de família que acolhe quem entra numa roda de samba, esta canção reflete “sobre tudo ser ancestral e contemporâneo”, pintando uma bonita imagem de quem honra as suas raízes e nunca esquece o seu legado. Este hino alegre e esperançoso surge numa altura de particular esperança para o povo brasileiro, assinalando a época de mudança e possível prosperidade agora sob uma outra realidade política, um assunto ao qual o rapper de Planet Hemp não fugiu durante a entrevista concedida a Adailton Moura, para o Rimas e Batidas:
“Eu acho que o governo do Lula [presidente eleito do Brasil] traz essa utopia, é essa esperança de um mundo melhor. Eu não acredito que o Lula tenha a chave do paraíso, mas ele tem a saída do inferno. Então, o que se propõe daqui pra frente é a busca por esse mundo utópico. Eu acho que a gente nunca vai ter um mundo perfeito. Somos sobreviventes desse lugar, mas se temos essa esperança, de cada dia uma conquista ao invés de ser cada dia uma sobrevivência… de tu chegar em casa todo dia pra dormir e saber que construiu alguma coisa para um mundo melhor é muito diferente. Acho que o Lula traz isso pra gente. É por isso também que estou querendo fazer samba, tá ligado!? Eu já passei por algo parecido (você talvez não porque é mais novo) quando acabou a Ditadura Militar. Foi na época que comecei a fazer música e a gente tinha essa esperança, e melhorou. Da Ditadura até 2016, quando teve o golpe [contra a presidenta Dilma], a gente teve um país que era próspero. A gente viu a emprega doméstica indo pra Disney, os negros na faculdade… a gente teve um país próspero e é sobre essa melhoria que a gente está falando.”
O anuncio de um novo disco antecede o regresso do artista em Portugal, com datas marcadas para Porto, Lisboa e Ovar, nos dias 26 e 27 e 28 de janeiro, respectivamente. Nesse concertos, D2 atuará em conjunto com o coletivo Bamba Social, num formato próximo ao das tradicionais rodas de samba brasileiras.
pub