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Texto: ReB Team
Fotografia: Daryan Dornelles
Publicado a: 22/08/2022

Manuel Linhares apresenta Suspenso em quatro datas entre Lisboa e Madrid

Texto: ReB Team
Fotografia: Daryan Dornelles
Publicado a: 22/08/2022

Na recta final de 2022, Manuel Linhares não vê a sua agenda em Suspenso, pelo contrário: o cantor tem apresentações marcadas no Hot Club, em Lisboa, a 26 de Outubro, na Casa da Música, no Porto, a 28 de Outubro, no Teatro Diogo Bernardes, em Ponte de Lima, a 29 de Outubro, e na Sala Clamores, em Madrid, a 6 de Novembro.

A novidade mais sonante nestes concertos é a presença de David Binney, saxofonista, compositor e produtor americano que também contribuiu para o disco. Paulo Barros (no piano), José Carlos Barbosa (no contrabaixo), João Cunha (na bateria), Paulo Perfeito (no trombone) e Gonçalo Marques (no trompete) completam a banda.

Já tivemos a oportunidade de ver Linhares por duas vezes diferentes em 2022, a última no Que Jazz É Este no mês passado e a primeira, a mais memorável, em Fevereiro no Festival Porta-Jazz:

“E foi precisamente o colectivo liderado pelo saxofonista João Pedro Brandão que começou por subir ao palco. Com os 12 músicos posicionados, Manuel Linhares deu então início à sua viagem por Suspenso, disco que foi criado nestes tempos que atravessamos, suspensos entre uma já difusa ideia de normalidade e a antecipação de um futuro que se deseja tão próximo quanto distinto deste já demasiado longo ‘agora’. Não é comum escutar-se uma voz, masculina ainda por cima, rodeada por uma ampla secção de oito sopros, e, por isso mesmo, o arranque do concerto foi empolgante, com Linhares, de voz e presença elegante, a revelar ser perfeitamente capaz de suportar o ‘embate’.

Depois da apresentação de uma das duas colaborações com o Coreto que consta do alinhamento de Suspenso, o tema ‘Sentimental Illness’, o palco esvaziou-se para a entrada do trio que acompanhou Manuel Linhares durante todo o concerto: Paulo Barros no piano, José Carlos Barbosa no contrabaixo e João Cunha na bateria. Um trio que a dada altura se expandiu com a chegada do teclista brasileiro António Loureiro, músico que foi responsável pela produção deste novo álbum.

Em Suspenso, com um par de excepções, as peças têm todas a assinatura do próprio Manuel Linhares, tanto a letra como as composições, sinal de um talento que não se manifesta apenas na qualidade interpretativa. E Linhares escreve em inglês e português parecendo, ao vivo pelo menos, que a sua entrega adquire um empenho extra no plano físico, espelhada na sua mais ampla gestualidade, quando é na língua nossa de Camões que se expressa. De Camões e de Capicua, já que a artista portuense, presente na plateia, assinou as palavras de ‘Dança Macabra’. E quando o som geral se electrifica com a chegada de Loureiro e a passagem de José Carlos Barbosa para o baixo eléctrico, a voz de Linhares ganha outro ânimo, cedendo espaço na solenidade para puxar mais pelas emoções que a sua garganta também consegue produzir. Entre balanços de subtil tropicalismo e arremedos mais clássicos, Linhares exibe uma classe plena e uma alma funda que no final une a muito bem composta plateia do Grande Auditório em justo e consensual aplauso.”


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