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Texto: ReB Team
Fotografia: Raphael Gimenes
Publicado a: 08/04/2022

Apanha-o, se puderes.

Mané Fernandes faz-se à estrada para apresentar Enter the sQUIGG em quatro salas diferentes

Texto: ReB Team
Fotografia: Raphael Gimenes
Publicado a: 08/04/2022

Dias 16 (Carpe Diem, Santo Tirso), 17 (⊡ ermo do caos, Porto), 18 (Água Ardente, Lisboa, com direito a “aquecimento” na Jazz Messengers) e 19 (Maus Hábitos, Porto) de Abril há concertos de apresentação de Enter the sQUIGG, o mais recente trabalho de Mané Fernandes.

Era um dos segredos mais bem guardados da cena musical a norte do país e deixou-nos boquiabertos quando, no mês passado, foi até à Clean Feed para editar o seu segundo álbum em nome próprio. É de forma muito sublime que Enter the sQUIGG estreita ainda mais as linhas que teimam em fazer a distinção entre o jazz e o hip hop. Mais do que um género em específico, por lá celebra-se a música negra no mais amplo dos sentidos, recorrendo a um leque de influências tão vasto e, ao mesmo tempo, tão fora do comum para um instrumentista — de John Coltrane a Bustah Rhymes, passando por D’Angelo, Petter Eldh ou os Soulive, conforme revelo numa longa conversa com Rui Miguel Abreu.

Foi também o director do Rimas e Batidas quem não se fez rogado na hora de passar a pente fino esta honesta procura do groove por parte do músico e compositor da Maia:

“Quando nos deparamos com o título da segunda faixa, ‘Boom Boom Bap’, já não restam dúvidas: o ‘swing’ a que Mané Fernandes aspira é o que nasceu de ‘Funky Drummer’ e depois foi domado por gente como Large Professor, DJ Premier, RZA, J Dilla, Flying Lotus, etc. E isso significa que aqui não se temem cadências repetitivas e não se teme igualmente a micro-gestão da repetição que pode ser subtilmente perturbada por pequenas alterações, no pulsar ou nas camadas harmónicas que o groove suporta, que vão impondo a cada uma das peças uma tranquila mas evidente, estrutura elíptica: esta é música que se move permanentemente em direcção ao desconhecido, que não teme meter o pé sobre gelo fino, mesmo sabendo que por baixo se esconde um abissal desconhecido”

José Soares (saxofone alto), João Barradas (acordeão MIDI), Luca Curcio (contrabaixo) e Simon Albertsen (bateria) acompanham Mané Fernandes em palco nas três primeiras datas, sendo que a de dia 17, no ⊡ ermo do caos, funcionará em regime de workshop/ensaio aberto — a 19 de Abril, o grupo vira sexteto com a entrada de José Diogo Martins, para o sintetizador. No dia 18, às 17 horas, há ainda uma sessão de audição do disco e um showcase de guitarra solo na loja de discos Jazz Messengers (no espaço da livraria Ler Devagar, na LX Factory), na antecâmara do espectáculo agendado para Lisboa.


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