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Publicado a: 03/01/2018

A lista do ano de TNT

Publicado a: 03/01/2018

[FOTO] Sebastião Santana

No último dia de 2017, TNT recapitulou o seu ano inteiro num curto texto publicado no Facebook. Um autêntico carrossel emocional, que começa com a edição do seu álbum Menino de Ouro e, já perto do fim, descarrilou com a morte de um dos seus melhores amigos, DJ Bernas.

Parte da elite da segunda geração de MCs da Margem Sul, TNT, que também é metade dos Missão A Cumprir, procura a motivação extra para elevar ainda mais o nome da Mano a Mano, que terminou 2017 a saborear uma nova edição – Stracciatella & Braggadocio, de Blasph, era um dos projectos mais aguardados este ano.

Ainda em modo de balanço, mas agora numa perspectiva estritamente musical, Daniel Freitas revela a sua colheita pessoal de 2017. Curiosos? Ora espreitem.

 


https://youtu.be/ZwWek4W4XTo

[MELHOR ARTISTA NACIONAL] SP Deville

SP Deville foi, para mim, a figura de destaque no panorama musical nacional em 2017. Munido simplesmente dos seus beats, rimas e voz, o artista consegue converter até os mais cépticos ao universo musical que tem criado nos últimos anos. Considero-o o melhor artista nacional do momento porque, para além de ser um músico completo, tem conquistado o seu espaço a pulso, sem qualquer estrutura por trás e utilizando apenas a Internet como veículo para divulgar as suas obras-primas.

 


[MELHOR ARTISTA INTERNACIONAL] Oddisee

O que dizer de Oddisee? É um artista que lança um disco por ano (às vezes dois) e eleva a fasquia cada vez que o faz. Rapper e produtor que não recorre a truques nem máscaras para se fazer ouvir. Traz-nos a sua realidade como ela é e toca-nos com a sua visão do mundo. E, no meu entender, é isso que um músico deve fazer. Tive a oportunidade de o ver ao vivo este ano, e apesar de não estar acompanhado da sua Good Company, conseguiu encher o palco de tal forma que só esperamos o seu regresso em 2018.

 


[MELHOR PRODUTOR NACIONAL] Fumaxa

O Fumaxa é um daqueles produtores que consegue estar em vários mundos ao mesmo tempo. Quero com isto dizer que, apesar de acompanhar alguns dos rappers com mais destaque no panorama nacional, como é o caso do Bispo, vai conseguindo manter aquele espírito underground nas suas produções para continuar a sacar aquelas malhas “à la Alchemist”. No meio de concertos, DJ Sets e apresentações, ainda arranja tempo para colaborar com novos talentos como Chyna. Um exemplo a seguir!

 


[MELHOR PRODUTOR INTERNACIONAL] No I.D.

Para quem ainda não o fez, oiçam o álbum 4:44 de Jay-Z e depois falamos.

 


[MELHOR FAIXA NACIONAL] “Incandescente” de Blasph

Para mim, esta é a melhor faixa que o Blasph fez até hoje. Estando um pouco mais próximo da pessoa, consigo perceber aqui o carácter auto-biográfico da música e a forma honesta como ele se expõe neste beat do Keso, que só por si é um clássico. Quem está habituado ao Frankie Dilúvio talvez tenha dificuldades em aceitar um artista à procura de novas sonoridades, mas como tenho lido em vários comentários no YouTube, “Blasph é Blasph”, e isso nunca vai mudar.

 


[MELHOR FAIXA INTERNACIONAL] “Throw It All Away” de Evidence

É o regresso do homem. Quem acompanha de perto este rapper de Venice Beach, CA, sabe que ele não tem passado uma fase positiva a nível pessoal. E esta faixa retrata na perfeição o período cinzento que o EV atravessa, mas que promete ultrapassar com novo disco já no início do ano. O conceito de Weatherman continua sempre presente e o regresso às colaborações com Alchemist fazem desta faixa a minha número 1 de 2017.

 


[MELHOR DISCO NACIONAL] Stracciatella & Braggadocio de Blasph

São raros os artistas que conseguem fazer o que querem – e bem. O Blasph é um exemplo disso. Stracciatella & Braggadocio é o disco que, pela irreverência, pela sonoridade e pela forma crua como Blasph descreve as suas vivências, marca o meu ano de 2017. Não há apetrechos. Não se molda para agradar. Não existe música feita para bater. Somente flavor e egotrip. Bons temas, boas produções, bom artwork e, acima de tudo, um estilo inconfundível de rima. 5 mics.

 


[MELHOR DISCO INTERNACIONAL] The Iceberg de Oddisee

Este não é o melhor disco de Oddisee, mas é um disco necessário na actualidade e ele sabe disso. Oddisee dispensou os seus colegas de banda na produção do disco, principalmente o baterista, e programou as batidas de todas as músicas para lhe dar um toque menos vintage e tentar fazer algo fresh. E conseguiu.

Para quem está habituado aos instrumentais do rapper norte-americano, nota-se que este álbum é menos orgânico, mas não deixa de lado a essência das produções de Oddisee. É quase como uma evolução, talvez até para chegar a um público mais vasto. Porque é urgente ter um rapper como ele a intervir nas nossas vidas, para nos dizer que é possível ser alguém “normal” e fazer música. Nem todos temos de ser “Lil something” para conseguir lançar discos, ter sucesso, fazer tours pelo mundo e, no final do dia, podemos voltar para casa e abraçar a família. The Iceberg é uma wake-up call para uma série de assuntos sérios que se passam nos Estados Unidos e no resto do mundo. Ao mesmo tempo, é um disco que fala de rotinas, amor, alegria e paz. E a magia está aí.

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