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Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 04/07/2024

Do mais fresco que há.

Lisboa serve-se de Robalo para a 7ª edição do festival de jazz

Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 04/07/2024

Começa já amanhã, dia 5 de Julho, com o programa satélite que o antecipa, aquela que será uma vez mais a época de Robalo — em palcos de música. O arranque faz-se no Penha Sco, a antiga fábrica de têxteis de Penha de França convertida em cooperativa de propósitos culturais. Às 19h senta-se ao piano  João Paulo Esteves da Silva acompanhado de Hugo Carvalhais no contrabaixo, para em duo discorrerem a frescura que se impõe nos primeiros dias estivais da temporada. Sem que seja preciso sair do lugar e logo de seguida, às 20h, é a vez do trio de Luís Vicente (trompete) com Pedro Louro (contrabaixo, que em disco é de Gonçalo Almeida) e Pedro Melo Alves (bateria). Este trio têm um fresquíssimo registo pela inesgotável Clean FeedCome Down Here — onde Vicente dá continuidade ao marcante registo de estreia deste trio que foi Chanting In The Name Of de 2021. 

No dia 11 de Julho, no Café Dias às 19h, prossegue o programa satélite com o duo Marmota, formado pela trompete de Gonçalo Marques e pela guitarra de André Matos, às quais que se juntará a voz de Teresa Sobral, tal qual o disco que gravaram no final de 2023 — Se Não Aconteceu — para o selo editorial da Robalo. No dia seguinte, 12 de Julho, André Matos segue ainda para o programa no centro histórico de Setúbal, onde no espaço centenário da Sociedade Musical Capricho Setubalense, às 22h, haverá palco para Sumo, o duo de guitarras de Matos e de João Carreiro e que trazem a palco o disco Órbitas lançado pela Robalo em Dezembro último.

O programa satélite volta ao Penha Sco no dia 13 de Julho para uma sessão dupla, com começo às 18h para o quarteto conduzido por Gonçalo Marques (trompete) e Demian Cabaud (contrabaixo) que se formaliza com John O’Gallagher (saxofone) e Jeff Williams (bateria). Depois, às 19h, Ziv Taubenfeld “Trance Moods” com Taubenfeld (clarinete baixo), Margaux Oswald (piano), Michael Formanek (contrabaixo) e João Sousa (bateria), numa fresca formação de jazz entre músicos bem experimentados. 

Ainda antes do Festival Robalo ter lugar em nome próprio, o programa satélite servirá em dose tripla no Penha Sco, dia 14 às 17h, o que convém Não Confundir Com, que é como que diz Nazaré da Silva  (voz), João Gato (saxofone) e Zé Almeida (contrabaixo) e que se diferenciam como “um trio de improvisação com uma instrumentação atípica que faz música atípica”. Às 18h terá palco o quinteto de Marta Rodrigues (voz) com Duarte Ventura (vibrafone), Miguel Meirinhos (piano), Gonçalo Naia  (contrabaixo) e João Sousa (bateria). Sousa que se manterá em palco para Garfo, às 19h, a que se juntarão Bernardo Tinoco (saxofone), João Almeida (trompete) e João Fragoso (contrabaixo). Garfo formam um livre e coeso novo rumo no jazz português e que tão bem expressam no homónimo registo debutante pela Clean Feed. O fecho do dia dá-se ao som de discos às mãos de DJ Jerry the Cat, cuja prestação arranca às 20h.



Até aqui tudo será como um preâmbulo. O 7º Festival Robalo Antena2, com residência no Auditório do Liceu Camões (Lisboa) — com entrada livre e transmissão no éter da rádio — começa no dia 15 às 18h com um solo de piano pelo compositor belga Bram De Looze. Foi a Clean Feed que deu a conhecer o registo a solo deste pianista em 2015 com Septych, ao qual se junta agora mais um título, o novo Spotting Gateways (2024), editado pela Dox Records. Looze que, às 19h30, junto a José Soares (saxofone), Zé Almeida (contrabaixo) e Diogo Alexandre (bateria), enquanto trio ASA, fecham o primeiro dia do festival.

Sempre em duplas doses diárias, para no dia 16 (às 18h) se ver e ouvir o trio da saxofonista Mia Dyberg com Asger Thomsen (contrabaixo) e Simon Forchhammer (bateria). Trio de jazz livre com pendor de melancolia escandinava que deixou na Clean Feed o impactante marco com Ticket! em 2018 e que estendeu no registo de palco (em 2019) com Live in Oslo, tudo para conferir no palco do 7º Festival Robalo. O dia fica completo às 19h30 com Panoply, que junta John O’Gallagher (saxofone), a Michael Formanek (contrabaixo) e a Jeff Williams (bateria), todos eles marcantes músicos norte-americanos que o programa satélite dá a conhecer noutras combinações e que em Panoply terão algo de muito fresco a revelar. 

Dia 17 arranca às 18h com Analogik do contrabaixista Zé Almeida, que congrega Mariana Dionísio (voz), Adèle Viret (violoncelo) e João Pereira (bateria), em concerto-lançamento de disco. Almeida que se junta como nome recente ao panorama do contrabaixo e que, entre outros, fez escola junto a Petter Eldh e a Demian Cabaud. Depois, às 19h30, será a vez do Ensemble Robalo Jovem mostrar o resultado do trabalho desenvolvido em residência dirigida pela cantora Sara Serpa. Robalo Jovem com a frescura de músicos emergentes como Maria Fonseca (trompete), Marta Rodrigues (guitarra), Luan Maziero (piano), Zé Pedro Jorge (contrabaixo) e Maria Carvalho (bateria) — novas e emergentes vozes a revelarem-se. 

Dia 18 às 18h, Sara Serpa (voz) em duo com André Matos (guitarra) para apresentar o recente disco Night Birds com chancela Robalo e fazem-se acompanhar dos convidados Aaron Parks (piano) e João Pereira (bateria), de que se esperam paisagens sonoras hipnotizantes e retemperadoras. Pereira que juntará a sua bateria à de João Lencastre para Free Celebration, que se corporiza também com Ricardo Toscano (saxofone alto), Pedro Branco (guitarra), João Bernardo (sintetizadores) e Nelson Cascais (contrabaixo). Um sexteto tão notável como entusiasmante, que servirá releituras de composições de Thelonious Monk, Herbie Nichols e Ornette Coleman, conforme já explicou o bandleader a Rui Miguel Abreu numa entrevista publicada no ReB há um ano atrás.

O último dia de festival, 19 de Julho, ficará marcado pelas guitarras em campos novos. Às 18h pela ternura sónica, com João Carreiro (guitarra), Guilherme Aguiar (piano) e João Valinho (bateria), que respondem ao nome de Sonic Tender. Depois, a fechar às 19h30, Old Mountain, que são Pedro Branco (guitarra), João Sousa (bateria), José Soares (saxofone) e os contrabaixos de João Hasselberg e Hernâni Faustino. O registo Another State of Rhythm pela invariável Clean Feed é, nas palavras da editora, “uma coleção absorvente, que escala friamente alturas sedutoras, cativa sentidos e rouba corações com a sua sensibilidade, constituindo um apogeu de equilíbrio e contenção no seu jogo gracioso, subtil e arriscado.”

O fecho celebrativo far-se-á retomando o programa satélite — dia 21, de volta ao Penha Sco — para dois duos, um trio e um DJ set. Umbra (às 17h), com Carolina Duarte (violino) e Madalena Rato (percussão); às 18h  Bruno Santos (guitarra) junta-se a Hernâni Faustino (contrabaixo); depois, às 19h30, apresentam-se João Almeida (trompete), Mariana Dionísio (voz) e João Pereira (bateria). O derradeiro fecho sonoro ficará por conta de Margarida Campelo — a mesma de Supermarket Joy — para pôr discos a tocar e para fazer a festa final a partir das 20h15. 

O Robalo será mais uma vez jazz e música improvisada da maior novidade e frescura.


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