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Depois de Electrocardiograma fiquei de olho em Iuri Rio Branco. Em 2017, o produtor de São Paulo construiu duas das mais importantes faixas do álbum de estreia de Flora Matos. Os singles “Bora Dançar” e “Perdendo o Juízo”, o último a abrir o disco, revelaram-se duas canções poderosíssimas, redondas e cheias de soul e r&b vibrante, que viriam a marcar uma nova toada para a rapper de Brasília. Em Portugal, mais recentemente, Fábia Maia foi atrás dele para produzir “A Vibe Certa”, o seu último single.
Neste momento, e ao contrário dos dias frios que temos que vivido por aqui, é Verão em São Paulo. Um calor do cacete, portanto. E à falta de melhor metáfora, é exactamente o bafo quente da cidade por entre os arranha-céus que voltei a ouvir nas batidas de Iuri Rio Branco, agora ao lado de Jean Tassy.
O músico de Brasília, figura de proa dos TheGust MC’s, deixou-nos Ontem no final de 2018. E, feliz ou infelizmente, é mais um daqueles trabalhos que chegam no final das contas para baralhar as listas e os ouvidos. Um EP de cinco faixas em que o funk, a soul e o r&b se destacam no timbre aveludado de Tassy. Impossível ficar parado ou resistir ao groove endémico de faixas como “Diz para Mim” ou “Saudade”, bem ao estilo do que ouvimos em trabalhos mais completos como Jungle (2017) de Fabriccio, uma das esperanças da soul brasileira, ou antes até, nas propostas de Silva.
Ontem traz-nos o calor e as tardes quentes de esplanada com que andamos (eu pelo menos ando) a sonhar novamente e, no caso de Jean Tassy, parece que à segunda é de vez. Em bom português, Tassy e Rio Branco estão “bem um para o outro”, mas talvez seja o toque do produtor de SP que faz com que seja ao segundo EP em 2018 que Tassy nos enche as medidas, com foco e maturidade revisitadas. Ficaremos atentos, por enquanto, a viver no ontem. E que bem que se está por lá!
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