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Se os Azymuth fazem “cubismo tropical”, eis uma boa oportunidade de espreitar para lá das arestas. Sai a 31 de Maio um disco duplo com selo da Far Out Recordings, que compila 16 demos inéditas, gravadas entre 1973 e 1975 pelos mestres cariocas do jazz-funk; “Juntos Mais uma Vez” é o primeiro tema a ser extraído desse inédito e revelador alinhamento.
O material reunido e remasterizado em Demos (1973-75) Volumes 1 & 2 teve a sua génese em sessões registadas na casa do teclista José Roberto Bertrami, ao lado de Ivan “Mamão” Conti na bateria e Alex Malheiros no baixo, os músicos que completavam a formação original dos Azymuth. Nas gravações, pode ainda ser ouvido Ariovaldi Contesini, o percussionista que abandonaria a trupe em 1975, concluídas as gravações do seu primeiro disco.
Foi Marcos Valle, ícone musical do Brasil, o responsável pelo consórcio original dos quatro entusiastas do jazz para a concepção da banda sonora de um documentário sobre o piloto de Fórmula 1 Emerson Fittipaldi, registo que se encontra hoje muito valorizado no mercado de coleccionismo (a cópia disponível no discogs ultrapassa os 500 euros). Após colaborarem com Valle no incontornável álbum Previsão do Tempo, especializaram-se no “samba doido” que cedo os fez transcender a bolha de culto.
Em 2016, editaram o seu mais recente álbum, Fênix — com o pianista Kiko Continentino a substituir o já desaparecido Bertrami —, trabalho cujo título pode ser sugestivo de um grande regresso. De qualquer forma, os Azymuth mantiveram o ritmo criativo, sendo este apenas um de sete discos lançados pelo grupo neste século. Demos (1973-75) Volumes 1&2 dá continuidade à cadência, transportando-nos até à génese criativa de um grupo que conta gente tão diversa quanto Madlib, Gilles Peterson, Flying Lotus ou Kaytranada entre os seus fãs.
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