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Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 31/12/2020

Série sobre 10 pioneiros da música electrónica, os seus temas mais sampláveis, mais bizarros e os que podemos carimbar de “proto” qualquer coisa por soarem aos novos movimentos rítmicos.

Electrónicas de Ontem nas Pulsações de Hoje #10: Bernard Fevre

Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 31/12/2020

Crescendo nos subúrbios de Paris, Bernard Fevre desviou-se da música clássica para a pop nos anos 60. Formou bandas das quais viveu profissionalmente por mais de uma década. Em 1973 comprou o seu primeiro sintetizador MiniKorg 700 e um gravador TAEC de quatro pistas e a partir de sua casa gravou três discos que ainda hoje fazem as delícias dos diggers de library music. Suspense, The Strange World of e Cosmos 2043 são lançados entre ’75 e ’77 em duas das sedes editoriais da música de livraria francesa, a Musax e a L’Ilustation Musical, e são talvez dos melhores exemplos de uma robótica orbital misturada com library music.

Fevre era, à época, consumidor da noite francesa em paralelo com o deflagrar do disco por toda a Europa. Com o fraco sucesso do seu trabalho até à data, decidiu fazer um álbum em torno desta música de dança recém-nascida, gravando e lançando em 1978 Black Devil Disco Club, com uma produção bizarra para a altura, recheada de ritmos de tom latino-americano extremamente processados, uma voz “vocoderizada” a dar para o desafinado e uma repetição quatro por quatro mais psicadélica “speedada” que propriamente de disco. Tudo estes ingredientes juntos formam uma autêntica obra-prima mas não foram suficientes para o triunfo comercial. Bernard Fevre voltou pouco depois às suas composições para outros artistas e library music com vários alter-egos.

Corta para: século XXI (ou mesmo mesmo quase!). Em 1999, os britânicos Chemical Brothers samplam um tema de Fevre no triunfal disco Surrender e poucos anos depois Aphex Twin compra o disco de ’78 BDDC por uma moeda numa feira da bagageira. Totalmente desconhecendo que a sua música estava a ser redescoberta por toda uma nova geração e celebrada por trendsetters como James Holden ou Andrew Weatherall, levou alguns anos até um DJ francês o ter conseguido contactar através da lista telefónica e explicar-lhe todo este novo fascínio pela sua música.

Desde 2006, Bernard Fevre voltou ao activo para deleite dos mais novos, editando vários trabalhos pela porta da Lo Recordings e actuando com frequência por todo o mundo sempre com a caldeirada sonora que o próprio inventou!



[Black Devil Disco Club] “Timing, Forget the Timing”

Retrato perfeito da sua sonoridade como Black Devil Disco Club.



[Bernard Fevre] “Earth Message”

Tema impulsionador da nova vida de Fevre, usado no “Got Glint?” dos Chemical Brothers.



[Bernard Fevre] “Weekee Way”

Funk electrónico do primeiro álbum (1973).



[Bernard Fevre] “Dali”

Em 1977, Fevre dava-nos acesso ao seu mundo pop electrónico antes do tempo.



[Black Devil Disco Club] “H Friend”

Faixa inaugural da sua obra-prima de ’78.



[Black Devil Disco Club] “Distrut” feat. Faris Badwan

Fevre lançou um disco com participações díspares como Nancy Sinatra, Afrika Bambaataa ou Faris Badwan dos The Horrors.

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