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Fotografia: Cristovão Peças
Publicado a: 18/03/2021

O regresso aos discos do veterano da MJ está agendado para 2021.

DarkSunn sobre Almada Velha: “É a minha carta de amor à cidade”

Fotografia: Cristovão Peças
Publicado a: 18/03/2021

“almada” é a primeira amostra de Almada Velha, o próximo álbum de DarkSunn que será editado este ano pela Monster Jinx.

OG da cena beat nacional, fundador de uma editora independente de renome, autor de dois podcasts de referência para geeks do hip hop (um no ReB e outro na Rádio Ophelia) e DJ e produtor de mão-cheia. Já passaram seis anos desde que se lançou a solo num disco, em MELANGE, mas os tentáculos de DarkSunn não têm tido assim tanto descanso nos últimos tempos. As horas que a pandemia lhe roubou para estar ao comando dos decks traduziram-se em esforços adicionais para editar novo material, ele que não se baldou a nenhuma das sete temporadas de Crib Season, dividiu Crooked N’ Grinded com Maria, dirige a banda Monster Jinx Type Beat e ainda integrou compilações como MJ DOOM, Cursed Vol. 1 ou ROXO 06.

No regresso aos discos em nome próprio, Bruno Dias vai dedicar uma nova fornada de música a Almada naquela que será a sua estreia a solo no formato de vinil, que está na calha para ser editado durante este ano. Ao ReB, o artista abordou algumas das ideias que vão pautar esta sua “carta de amor” à cidade onde vive e que é para muitos o berço da cultura hip hop no nosso país.



Imagino que esta ideia de homenagem em forma de álbum não seja de agora. Mas quando é que começaste a meter isto na prática? Lembras-te do primeiro beat que fizeste já com a plena noção de que irias materializar o disco?

Sim, a ideia não é de agora, mas foi-se materializando nos últimos tempos. Não tenho bem a noção de quando soube que ia fazer exactamente este disco, mas para mim é sempre um processo contínuo. No dia de entregar o disco para master ainda vou estar a adicionar algum novo elemento.

Além de invocares o espírito da cidade para estas novas faixas, procuraste enriquecê-las com outros elementos? Foste, por exemplo, à procura de samples de músicos ou bandas locais para samplar?

Não, porque isto nem é um tributo, nem é uma compilação sobre Almada: é a minha carta de amor à cidade. Ou seja, mais do que os seus cantos físicos e as suas pessoas — onde se inclui uma comunidade artística muito forte e diversa — este disco vai ser os meus olhos sobre a minha cidade. Vai ser mais uma questão de sentimento do que teres ali samples a dizer “Almada!” ou “Margem Sul!”. A música vai ser a minha invocação ao sentimento que a cidade me dá.

“O caminho para Almada Velha começa em ‘almada'”, conforme assinalas no Bandcamp. O que te levou a escolher este tema como primeiro single do projecto?

Este tema não foi o primeiro que foi feito, mas achei que era um bom salvo de abertura. Há um contexto interessante, este tema não é propriamente um single, visto que a faixa que vai estar no álbum não vai ser exatamente igual a esta — chamemos-lhe um “album cut“. E acho que representa bem o espírito do que se vai encontrar no álbum.

No Twitter falavas em “riscar da bucket list” a tua estreia no vinil em nome próprio. O que significa para ti poder ter a tua música impressa neste formato? Há algum detalhe sobre a edição que nos possas revelar?

O vinil é o meu formato favorito de sempre. A dimensão, o acto físico de veres a agulha a passar no disco, a artwork generosa. E, apesar de já ter marcado presença em algumas compilações com direito a vinil, nunca tive um só meu, então é finalmente um sonho conseguido, daí a ideia do retirar da bucket list. Foi algo que sempre sonhei e finalmente já é possível fazê-lo na Monster Jinx. Posso adiantar que convidei um amigo para trabalhar comigo no artwork, um conterrâneo almadense, o Chikolaev.


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