pub

Texto: ReB Team
Fotografia: Alexandra Almeida
Publicado a: 14/12/2021

O enredo continua...

CCB recebe João Pedro Brandão em Fevereiro para apresentação de Trama no Navio

Texto: ReB Team
Fotografia: Alexandra Almeida
Publicado a: 14/12/2021

No dia 25 de Fevereiro de 2022, às 21 horas, João Pedro Brandão sobe ao palco do Pequeno Auditório do Centro Cultural de Belém para mostrar Trama no Navio. O saxofonista e compositor portuense estará acompanhado por Ricardo Moreira (piano), Hugo Carvalhais (contrabaixo), Marcos Cavaleiro (bateria) e Alexandra Almeida (vídeo).

Explica Brandão no texto que encontramos na página do CCB: “Em Setembro de 2019, a Orquestra Jazz de Matosinhos desafiou alguns compositores a escrever música para essa formação com o objetivo de musicar o filme O Couraçado Poutenkim, de Serguei Eisenstein. A mim calhou-me a Parte 2, Drama no Navio. Foi um projecto desafiante, sobretudo pela magnitude do filme e desta parte em particular, que tem uma narrativa densa, intensa, com um desfecho tão dramático quanto poético. Ficou a vontade de estender o desafio para além do filme, o que me levou a querer reinterpretar a música no contexto de uma formação mais pequena, logo mais livre, apropriando-me da sua narrativa. Neste grupo, a música original despiu-se de artefactos ficando apenas a sua espinha dorsal, o que fez surgir uma nova Trama resultante das contribuições e interações destes músicos. As projecções de vídeo no espectáculo Trama no Navio acrescentam uma nova camada a este concerto, em que são as imagens que se moldam à música. O mar, sobre o qual a cena acontece, é o cenário que transformamos em função do ritmo e dos ambientes que a música sugere.”

Editado em 2020, o trabalho fez parte da selecção final de melhores álbuns nacionais para o Notas Azuis de Rui Miguel Abreu. Uns meses depois, João Morado entrevistava-o sobre esse (e outros projectos) para uma retrospectiva de carreira.

Em Julho passado, RMA teve oportunidade de ver a banda em acção no Festival Porta-Jazz:

“Após o jantar – e no restaurante que serviu de bastidor ao festival, os músicos, técnicos, produção, fotógrafos e mais alguns agentes infiltrados iam falando de tudo, do desaparecimento de Otelo e da situação em Cuba, de discos da Areito e da Egrem e de flautas, de Cachao e de Miles Davis e de banda desenhada…, em jeito de animado interlúdio com que se preparou a etapa final -, e já na Concha Acústica do Jardim do Palácio de Cristal, subiram ao palco João Pedro Brandão e a sua versão reduzida de Trama no Navio (a composição que resultou de uma encomenda da Orquestra de Jazz de Matosinhos rendeu um disco em que o arranjo mais ‘cinemascope’ foi concentrado para um mais ‘portátil’ quarteto). Para a executar, além do saxofonista e flautista que foi figura incansável durante os três dias do festival (em cima do palco e fora dele), encontravam-se o pianista e organista Ricardo Moreira, o contrabaixista Hugo Carvalhais e o baterista Marcos Cavaleiro. Uma tropa de elite que apresentou um discurso diferente, talvez com mais texto e menos pontuação.

Todos os músicos são, obviamente, executantes de topo e todos se apresentaram no máximo das suas capacidades, dispostos a arriscar: Brandão chegou a tocar o alto e o soprano ao mesmo tempo, trazendo à memória a figura tutelar Rahsaan Roland Kirk; Ricardo Moreira é um poço de incandescentes surpresas dotado de um par de mãos mágicas; Carvalhais um mestre a dobrar os contornos do tempo, sinuoso num momento, angular no seguinte, mas sempre pleno de mistério; e Marcos Cavaleiro é um daqueles músicos a que as palavras já não conseguem mesmo fazer justiça, com uma capacidade de adaptação a diferentes linguagens que é perfeitamente estonteante. Outro dos momentos altos de um festival que manteve a fasquia sempre muito elevada.”


pub

Últimos da categoria: Curtas

RBTV

Últimos artigos