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Texto: ReB Team
Fotografia: Filipe Feio
Publicado a: 03/07/2020

Mais um avanço do sucessor de Tourquesa.

Cálculo sobre “F*dafunk”: “O Biggie é dos meus rappers preferidos”

Texto: ReB Team
Fotografia: Filipe Feio
Publicado a: 03/07/2020

“F*dafunk” é o novo single de Cálculo e pertence ao próximo trabalho de originais do rapper e produtor de Barcelos, Royale.

Trabalhado com a ajuda de Ariel e DJ Kwan, “F*dafunk” é a primeira investida a solo de Cálculo no presente ano, uma homenagem ao legado do lendário Notorious B.I.G. e também o quinto avanço do sucessor de Tourquesa, álbum que está nos planos do artista para sair ainda em 2020. “Caixinha“, “Jon Snow“, “Complicado” e “Sem Folgas” foram os temas que mostrou desde a edição do seu último LP.

Há uma semana, Hugo Martins lançava para a mesa um outro trunfo: através da plataforma GoFundMe, há agora um campanha a decorrer para financiar um novo estúdio para a sua marca SubSons, com vista a sair da garagem e do quarto e mudar-se para um local mais propício de modo a funcionar como uma espécie de hub criativos para si e para o colectivo #BCLNESSASHIT, que fundou há três anos com a promessa de ajudar os talentos locais da cena hip hop de Barcelos.

Falámos com Cálculo acerca destes recentes acontecimentos e tentámos perceber em que ponto se encontra o desenvolvimento de Royale.



Este teu novo tema recupera o espírito do Biggie. O que é que mais recordas da obra que ele deixou e que ensinamentos sentes que recolheste através da sua música?

O Biggie é dos meus rappers preferidos de sempre, ponho-o no meu top 3. Ouço muitas vezes os álbuns dele. O Biggie transpira hip hop e musicalidade e, para quem gosta de rap, é impossível ficar indiferente ao flow e à entrega dele. Eu sinto que naturalmente recolhi traços da obra do Biggie na minha génese musical. O Biggie consegue com pouco dizer tudo o que é preciso ouvir e dá sempre a impressão que é tudo um freestyle. Naturalidade e originalidade são só alguns dos atributos do rei e, para mim, a ginga é “tudo”.

Explica-me como se processou a criação desta faixa e em que ponto é que o Kwan e o Ariel surgem na fotografia para dar o seu contributo.

Esta música nasceu numa sessão criativa em que estava a fazer um remix da música “Machine Gun Funk” do B.I.G.. Estava a brincar com as vozes do tema e começou a surgir uma batida e melodia. Foi uma música que surgiu no momento, comecei a montar a parte do “I live for the funk” e rapidamente comecei a apontar umas rimas e umas ideias. A linha de baixo originalmente era um sintetizador mas depois senti que faltava o sabor dum baixo tocado e é nessa parte que entra o Ariel, que fez exactamente o que o tema pedia e também deu uns apontamentos de guitarra no refrão. Desde que terminei os versos que idealizei uma música com scratch. Todos os meus álbuns têm scratch, não é uma lei pensada mas senti que neste tema fazia todo o sentido. Convidei o Kwan, amigo e um veterano da cultura, que para além da enorme técnica é um DJ que tem muito bom gosto e, no meu ver, ia encaixar neste tema como uma luva. Creio que a missão foi cumprida.

E como é que surgiu a ideia para uma angariação de fundos com vista a expandires o teu estúdio?

Tenho visto vários crowdfundings de artistas independentes que sigo. Recentemente vi no Twitter um crowdfunding da artista freelancer Ana Ventura, em que ela está a angariar dinheiro para comprar material que vai facilitar e melhorar as suas ilustrações. Depois de ver que a plataforma é bastante fácil de usar, decidi fazê-lo.

Para ti, enquanto criador, em que é que se vai traduzir este upgrade? É algo que pode ter impactos directos e imediatos na tua música?

Sim. Para além de produzir a minha música, também capto e misturo as minhas faixas. Este upgrade significará uma melhoria significativa na qualidade e na produtividade dos trabalhos, e também dará condições de haver mais partilha e cooperação com outros músicos. Também há a questão do isolamento que é um entrave tanto criativo como a nível de produtividade.

E quanto àqueles que te rodeiam? De que forma é que um estúdio “a sério” iria ajudara impulsionar os projectos de #BCLNESSASHIT?

Praticamente todos os trabalhos publicados na plataforma #BCLNESSASHIT foram trabalhados/misturados na minha garagem. Um melhor estúdio, com melhores condições, vai proporcionar uma melhoria a todos os níveis. Todos os músicos com quem trabalho na plataforma são minhotos talentosos e eu ambiciono muito que #BCLNESSASHIT se afirme cada vez mais como um marco musical na cena urbana.

Editaste o teu último álbum em 2018 e este ano ainda não tínhamos escutado coisas tuas novas até hoje. Toda esta situação do COVID-19 também não veio ajudar. Como é que tens passado estes últimos meses e que planos é que ainda tencionas colocar em marcha no decorrer de 2020?

Ao longo de 2019 publiquei alguns singles que pertencem ao novo álbum que estou a trabalhar, o último vídeo foi no fim do ano, “Sem Folgas”, com o Mace. Espero que o Royale veja a luz do dia ainda este ano. Tinha bastantes coisas marcadas para estes meses a nível de produção, tanto musical como visual, e obviamente o COVID-19 causou bastante impacto nesse aspecto, no aspecto criativo e também na agenda de concertos. Este ano já lancei e gravei faixas com outros artistas, no inicio do ano saiu uma faixa com o Auge, “(a)calma”, e estão no forno mais participações e produções. Fiz também algumas performances em live stream nas minhas redes. A pandemia também fez nascer outros dois projectos que tenho em mãos, um deles é uma compilação. Em breve vão ter muitas notícias minhas e do colectivo #BCLNESSASHIT.

Falaste no Royale, o teu próximo álbum. Este “F*dafunk” vai pertencer ao alinhamento desse disco? Já fechaste a lista de convidados que te vão acompanhar? Que mais detalhes nos consegues adiantar?

Sim. Este é o quinto tema do Royale que sai para o público. O Royale tem ideias e processos que foram adiados devido à pandemia, mas está a marinar e a ser complementado com uma série de sabores. A lista dos convidados está fechada e a estrutura do disco está praticamente toda completa. Posso adiantar que o disco tem duas partes (lado A e lado B) e que são dois moods diferentes, um “mais rap” e o outro mais “cósmico”. O meu plano é voltar com mais novidades e possivelmente com o disco completo. Fiquem atentos.


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