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Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 15/05/2019

O álbum de estreia tem o carimbo da Contentor Records e conta com participações de spock, Erre K, Ricardo Pereira ou DJ Kope.

Buda XL sobre Arte de Propósito: “Quis que o álbum soasse sincero e transparente”

Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 15/05/2019

Editado na semana passada, Arte de Propósito é o álbum de estreia a solo de Buda XL pela Contentor Records. O longa-duração regista participações de spock, Erre K, Ricardo Pereira ou DJ Kope e foi gravado por Buda XL e Mr. Papz, este último responsável também pela mistura, masterização e artwork do projecto, no estúdio CNTR, no complexo Nirvana Studios.

Buda XL é parte da prata da casa Contentor, selo discográfico independente que tem acolhido o seu talento nas mais variadas iniciativas musicais — SXR, Yakari, Caveman Quarrel’s, Jack & Dante ou CNTR Big Band são alguns dos projectos que já contaram com o input criativo de João Neves.

Anunciado há um ano, Arte de Propósito assinala a estreia do músico da Amadora em nome próprio — e foi antecipado pelos singles “Mano Hugo” e “Lugar Comum”, que mereceram atenção no ReB.

Aproveitámos o lançamento para uma conversa com Buda XL sobre este importante passo na sua carreira.



Começando pelo título: o que é isto de fazer Arte De Propósito?

Estou a aprender todos os dias, mas é de propósito que escolhemos fazer isto. O propósito desta Arte, deste álbum no caso, é ter um propósito — até vários. E todos têm os seus motivos, os seus outputs, as suas causas e consequências. E depois essa inspiração recíproca, essa partilha, quando te identificas com qualquer coisa, é fundamentada por si mesma. Não é à toa que acontece mesmo que aconteça à toa.

Em que altura é que começaste a trabalhar neste disco? Lembras-te de quando é que o “clique” se deu na tua cabeça ou da primeira faixa que compuseste já a pensar no projecto como um todo?

Já há uns anos que pensava em lançar o meu projecto a solo numa de abordar temas mais pessoais ou discrepantes que nas bandas e noutros projectos não abordava. Não só musicalmente, mas também liricamente. Há um par de músicas com mais que um par de anos, mas houve ali uma altura (2017/18) em que compus várias de seguida — “Lugar Comum”, “Magda Não Sabe”, “HOPA”, “Diagnóstico” — e estabeleceu-se por si só o objectivo de chegar aqui, à Arte de Propósito.

Já estás há muitos anos ligado há música, com vários trabalhos editados pela Contentor Records. Passado todo este tempo e todas estas vivências e experiências acumuladas, o que significa para ti poder apresentar agora aquele que é o teu álbum de estreia a solo?

Significa poder apresentar as minhas músicas mais pessoais, a minha visão peculiar, sempre complementada pelos que me conhecem melhor. É sempre uma viagem e não tem nunca um destino final, mas senti que agora era uma boa altura para passar no checkpoint, estás a ver?

Houve alguma temática, mensagem ou sonoridade que procuraste desde logo deixar impressa neste disco? Algo que não quisesses de todo deixar de fora num disco de apresentação?

Quis que o álbum soasse sincero e transparente porque também queria ter sonoridades dispersas e algumas experimentações próprias. Procurei os samples, os instrumentos, as frases até ao detalhe, porque quis deixar a minha identidade sonora — a solo — bem definida e identificável. O meu tipo de som, a minha poesia. Claro que trabalhar tão próximo de quem me conhece tão bem e cuja música eu admiro tanto — o spock, Mr. Papz, o Ricardo, o Erre K, o DK e até o Uppeach — ajuda a consolidar a visão (ou a audição, né?) e o que sou é sempre parte dos projectos de que faço parte, e nós todos, ao participarmos nos projectos uns dos outros, acabamos por também construir esta identidade Contentor Records, transcendente aos estilos musicais — e isso também é importante neste projecto. O álbum é nosso.

O Arte De Propósito alberga 11 faixas no total. De que forma é que todos estes temas se interligam? Qual foi a história que procuraste contar pela forma como escolheste e ordenaste este alinhamento?

As faixas não foram compostas como um conjunto nem por esta ordem, mas vi ligações muito naturais entre elas à medida que foram surgindo. Podes ver – ou eu vejo – como uma narrativa introspectiva, mas com os olhos no mundo aí fora porque reflecte uma fase de questionamento e um gajo é sempre, em alguma medida, consequência do seu contexto. Assim, entre temáticas mais pessoais e outras mais abrangentes, em moods mais nervosos ou mais chillout, a música acompanha os estados de espírito e indica sempre o caminho a um estado maior que isso tudo.


Buda XL à procura de um “Lugar Comum” entre Angola e Portugal

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