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Fotografia: Tomás Quitério
Publicado a: 11/11/2020

"Uma viagem através das sombras da noite na cidade cruel."

“Bixho”: João Tamura, Beiro e “a possibilidade de criar o inesperado”

Fotografia: Tomás Quitério
Publicado a: 11/11/2020

João Tamura e Beiro dão as mãos em “Bixho”, um single que antecipa um projecto colaborativo entre rapper e produtor.

Apresentado com um videoclipe por Beiro, Tomás Quitério, João Tamura e Sara Sakura, “Bixho” mostra-nos uma mudança de rumo inesperada na voz do músico, poeta e fotógrafo dos Olivais. O tema divide-se em duas parte e é embalado pelas frequências inóspitas que saem das mãos do homem que recentemente assistiu Maudito em Troca Tintas, dando espaço ao autor de Singapura – Acto I para dilacerar as ondas sonoras com um ensaio em torno dos edifícios que o viram crescer e da forma como ziguezagueia entre eles.

No horizonte há já uma outra canção, “bastante diferente desta primeira”, e o “objetivo de explorar diferentes sonoridades, estéticas e temas”, conforme antecipou João Tamura ao Rimas e Batidas. Por enquanto, vale a pena ficar a admirar como é que este “Bixho” mexe.



Como é que o João Tamura e o Beiro se cruzam no percurso um do outro?

Partiu de mim a abordagem para a criação de uma canção em conjunto. Conheci o Beiro através do Maudito e fiquei fascinado pelos seus instrumentais. Têm uma personalidade fortíssima e única, uma assinatura própria. Só depois descobri que ele estava a viver em Lisboa, perto de mim, o que facilitou a criação em conjunto.

Esta é uma colaboração bastante inesperada se tivermos em conta o background sónico de ambos e isso reflecte-se no vosso primeiro single. O que vos levou a trabalhar ao lado um do outro para este tema?

Da minha parte, foi mesmo isso: a possibilidade de criar o inesperado. O Beiro consegue tirar-me da minha “zona de conforto” a nível de abordagem musical. Consigo, com ele, explorar sonoridades que, a priori não exploraria sozinho — e criar canções que, certamente, sozinho não criaria. Entretanto começámos a trabalhar em coisas maiores, mais ambiciosas – mas sobre as quais ainda pouco queremos desvendar.

Que “Bixho” é este que retratam na faixa de estreia?

A canção divide-se em duas partes. O “Bixho” é, numa primeira parte, um espaço físico, um lugar. Retratei-o, neste caso, como sendo um prédio — e, numa abordagem mais ampla, um bairro, uma cidade. Numa segunda parte, o “Bixho” sou “eu”, fruto desse lugar, que me moldou e que em mim se entranhou. É uma reflexão sobre as coisas que são desse lugar e que, inerentemente, também de mim são: os vícios, a solidão e o que fazemos para “enganá-la”, o fascínio pela noite e pelo que esta permite, as incertezas acerca do amanhã…

Apresentam o projecto como “uma viagem através das sombras da noite na cidade cruel”. Qual será a próxima paragem desta dupla?

A próxima canção a ser lançada é, na verdade, bastante diferente desta primeira — tanto a nível estético como a nível temático. Temos como objetivo a exploração de diferentes sonoridades, estéticas e temas. Temos também a intenção de trabalhar com outros artistas. O que, para além de ser sempre um desafio interessante, também permite a abertura a outros rumos e caminhos criativos.

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